Governo fixa meta de inflação em 3% para 2025 e mantém alvos para 2002-2024

Reuters

Publicado 23.06.2022 18:22

Atualizado 23.06.2022 20:06

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou nesta quinta-feira a meta de inflação medida pelo IPCA para 2025 em 3,00%, com margem de tolerância de 1,50 ponto percentual para mais ou para menos, interrompendo uma sequência sucessiva de cortes no alvo a ser perseguido pelo Banco Central em sua política monetária.

O CMN também confirmou a manutenção das metas de 3,50% para 2022, 3,25% para 2023 e 3,00% para 2024, mesmo com a projeção da inflação para este ano indicando que o dado efetivo vai ficar bem longe do objetivo.

"O CMN avalia que a fixação da meta de inflação em 2025 em 3,00% reduz incertezas e aumenta a capacidade de planejamento das famílias, das empresas e do governo, estimulando o investimento, a produção e elevando o bem-estar da sociedade brasileira", afirmou o Ministério da Economia em nota, acrescentando que as expectativas para 2025 estão ancoradas e que a consolidação fiscal contribuirá para o cumprimento da meta.

O colegiado é presidido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e composto também pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pelo secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago.

Nos últimos anos, o Conselho Monetário implementou uma gradual redução da meta de inflação. O alvo partiu de 4,5% em 2018, caindo anualmente 0,25 ponto percentual até chegar em 3% em 2024, alvo repetido agora para 2025.

Com choques provocados pela pandemia de Covid-19 e mais recentemente a guerra na Ucrânia, a inflação saiu das rédeas do Banco Central.

O índice fechou 2021 em 10,06%, bem acima do teto de 5,25%, e o estouro deve se repetir neste ano, quando as mais recentes projeções do BC apontam para um IPCA de 8,8%. Mesmo para 2023, a autoridade monetária já sinaliza que tentará levar a inflação a um patamar em torno da meta, não exatamente em cima do alvo. Sua projeção para o ano que vem está em 4%.