Reuters
Publicado 12.08.2019 11:54
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu nesta segunda-feira paciência com a recuperação da economia, chamando atenção para erros de política econômica do passado e argumentando que a atual equipe assumiu há pouco tempo.
"Achando que faziam bem, seguraram os preços da energia elétrica, quebraram o setor elétrico. Depois quebraram o setor de petróleo. Depois quebraram os fundos de pensão. Depois a economia parou. E agora em cinco, seis meses (dizem) 'o Brasil não está andando, culpa do novo governo'", disse.
"Ora, senhores, quem governou trinta anos no Brasil --a social democracia-- que fez muitas coisas boas, dê um ano ou dois. Dê uma chance de um governo de quatro anos para a liberal democracia. Não trabalhem contra o Brasil, tenham um pouco de paciência. Saibam esperar a sua vez. Já nós esperamos tantas vezes o revezamento", prosseguiu ele, em seminário no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Guedes reiterou ainda a necessidade de reformas na economia para a atividade deslanchar.
"É uma sequência de reformas. Não é uma reforma, não são duas, nem três. São muitas reformas", disse.
Dados divulgados nesta manhã pelo Banco Central sugerem que a economia do Brasil pode ter entrado em recessão técnica depois de ter encerrado o segundo trimestre com contração, ampliando as preocupações sobre as perspectivas para o país.
Na saída do evento, Guedes foi questionado sobre o desempenho do IBC-Br, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), mas não falou com jornalistas. O indicador teve recuo de 0,13% no segundo trimestre sobre os três meses anteriores.
O evento do STJ debateu a Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica que, editada pelo governo no final de abril, estabelece medidas para reduzir o papel do Estado na criação e gestão de negócios.
Durante sua fala, Guedes afirmou que os três principais pilares da MP são o estabelecimento dos direitos do empreendedorismo, a limitação dos abusos do Estado, de forma a estimular a concorrência privada, e a garantia da segurança jurídica.
A MP está na pauta do plenário da Câmara desta terça-feira. O texto precisa ser aprovado até o fim deste mês para não perder a validade.
(Por Marcela Ayres)
Escrito por: Reuters
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