Inflação nos EUA: IPC sobe 0,4% em março, superior às projeções

Investing.com  |  Autor Jessica Bahia Melo

Publicado 10.04.2024 09:32

Investing.com – A inflação americana medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,4% em março, acima dos 0,3% esperados, após ter apresentado variação de 0,4% no mês anterior. O indicador em doze meses subiu de 3,2% para 3,5%. Já o núcleo mensal subiu 0,4%, também acima dos 0,3% previstos. Assim, o núcleo em doze meses foi mantido em 3,8%.

De acordo com o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA (BLS, na sigla em inglês), as categorias de moradia e gasolina registraram elevação em março, representando mais da metade da alta mensal do índice geral.

“O índice de energia teve um aumento de 1,1% no mês, enquanto o índice de alimentos teve uma leve alta de 0,1%. O índice para alimentos consumidos no domicílio manteve-se estável, mas o índice para refeições fora do domicílio cresceu 0,3% no período”, pontuou em nota.

Registraram altas itens como moradia, seguro automotivo, serviços de saúde, vestuário e cuidados pessoais. No entanto, veículos usados, lazer e veículos novos caíram mês a mês.

Thomas Monteiro, estrategista-chefe do Investing.com, afirma que a parte mais preocupante deste relatório é que o núcleo também veio superior às expectativas, sugerindo que as pressões inflacionárias persistem também nos bens de consumo.

“Isso amplifica os desafios enfrentados pelo Fed, pois estamos lidando com fatores inflacionários menos voláteis, como custos de produção, cadeia de suprimentos e salários, todos mostrando um aumento considerável. Além disso, esta é a segunda vez consecutiva que o CPI sai acima das expectativas, jogando uma pá de cal sobre a possibilidade de cortes de juros no primeiro semestre”, alerta Monteiro.

Monteiro pondera que os dados atuais não parecem suficientemente desfavoráveis para descartar totalmente ainda os cortes no segundo semestre. “Levando em consideração que o Fed já buscava uma mudança na política econômica baseado em dados que não exatamente apoiam isso, os dados de agora não mudam de maneira mais profunda esta perspectiva. Mas certamente tornam o próximo CPI ainda mais crucial”, completa Monteiro, que espera que o mercado direcione sua atenção para os lucros corporativos a partir de agora, que provavelmente serão mais relevantes para sustentar os ganhos este ano do que a inflação.

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"Os juros nos EUA são os maiores dos últimos 23 anos, e a esperança do Fed era reduzir as taxas nas próximas três reuniões. Lembrando que a inflação americana atingiu o seu maior patamar em 40 anos, em 2022", recorda Alexandre Dellamura, mestre em economia e head de conteúdo da Melver. "Os resultados para março deixam os mercados mundiais receosos, embora ainda seja esperada a primeira queda dos juros americanos para junho", avalia.

Após a divulgação dos dados, às 9h33 (de Brasília), Nasdaq 100 Futuros caía 1,26%, S&P 500 Futuros estava em desvalorização de 0,99% e o Dow Jones Futuros apresentava variação negativa de 0,78%. O Ibovespa Futuros estava em queda de 0,13% e o dólar hoje subia 0,64%, a R$5,0411.

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