Energia elétrica recua e IPCA tem em janeiro alta mais fraca em 5 meses

Reuters

Publicado 09.02.2021 09:03

Atualizado 09.02.2021 13:15

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os preços da energia elétrica iniciaram o ano em queda e ajudaram a aliviar a inflação oficial brasileira em janeiro para o menor patamar em cinco meses, embora ela permaneça acima do centro da meta em 12 meses.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve em janeiro alta de 0,25%, depois de ter subido 1,35% em dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

Esse resultado é o mais fraco desde agosto de 2020 (0,24%) e ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,31%.

Entretanto, a inflação em 12 meses passou a 4,56%, após ter encerrado 2020 com alta acumulada de 4,52%, acima do centro da meta do governo, mas dentro do intervalo de tolerância. Para 2021, a meta do governo é de uma inflação de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Essa leitura é a mais alta desde maio de 2019 (+4,66%), mas ainda ficou abaixo da expectativa de elevação de 4,61% do IPCA no acumulado em 12 meses até janeiro.

"O índice de janeiro tem influência grande da energia elétrica e tivemos uma alta menor de alimentos, mas ainda é cedo para dizer que temos uma desaceleração contínua da inflação", afirmou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

O ano começou com queda de 5,60% no preço da energia elétrica, que exerceu o maior impacto negativo individual sobre o índice do mês com a entrada em janeiro da bandeira amarela. Isso levou a uma deflação de 1,07% do grupo Habitação.

"Em fevereiro a bandeira vai ser novamente amarela e aí esse efeito (negativo) não existirá mais. O comportamento do

IPCA vai depender dos demais itens e subitens", completou Kislanov.

O outro grupo a registrou queda de preços em janeiro foi Vestuário, de 0,07%, após alta de 0,59% em dezembro, quando as vendas do setor se aquecem para as festas de final de ano.

h2 CARNES/h2

Os outro sete grupos tiveram alta dos preços, em um ano que começa com cautela em relação aos preços devido principalmente à desvalorização do real.

O destaque foi a alta de 1,02% de Alimentação e bebidas, maior variação e o maior impacto positivo no IPCA do mês, embora tenha enfraquecido ante o avanço de 1,74% de dezembro.

Os alimentos para consumo no domicílio passaram de uma alta de 2,12% em dezembro para 1,06% em janeiro, influenciado especialmente pela alta menos intensa das frutas (2,67%) e pela queda no preço das carnes (-0,08%).

“O auxílio (emergencial) ajudou a sustentar a alta dos alimentos no ano passado. Pessoas de menor renda fizeram compras de alimentos e inclusive de carnes. A queda de carnes pode ter a ver sim com o fim do auxílio, mas pode ser questão de mercado. Temos que aguardar pra ver se há continuidade", completou Kislanov.

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A inflação de serviços, setor mais afetado pelas medidas de isolamento contra o coronavírus, enfraqueceu com força para 0,07% em janeiro, de 0,83% no mês anterior.