Meta de inflação mais alta pode desencadear "boom" de empregos, dizem ex-membros do Fed

Reuters

Publicado 16.08.2021 09:46

Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve pode estar lutando com um problema de inflação, mas dois ex-funcionários do banco central dos Estados Unidos argumentam que preços mais altos contínuos no futuro podem ser o necessário para direcionar toda a economia a um patamar mais elevado e gerar um "boom" de empregos que ajude uma grande parcela de pessoas.

David Wilcox, ex-diretor de pesquisa do Fed, e David Reifschneider, assessor especial da ex-chair do Fed Janet Yellen, argumentam em uma nova pesquisa que assim que a pandemia de coronavírus passar e o Fed for capaz de aumentar os juros para níveis mais normais, o banco deve elevar a meta de inflação nacional de 2% para 3% e utilizar um tratamento de choque de cortes surpresa na taxa de juros para atingi-lá.

"A taxa de desemprego pode ser em média 0,75 ponto percentual ou mais abaixo de seu nível sustentável durante os primeiros 15 anos após o anúncio da meta mais alta", representando mais cerca de 1,2 milhão de pessoas ou mais empregadas a cada ano, estimam ambos os economistas, agora no Instituto Peterson para Economia Internacional.

"Na medida em que as pessoas atraídas para o mercado de trabalho quando ele está mais apertado vêm de grupos marginalizados", escreveram eles, permitir uma inflação mais alta "também pode ajudar a reduzir as desigualdades raciais e outras", mantendo as pessoas empregadas por mais tempo e permitindo-lhes obter mais experiência e formação.