"Olhar a taxa Selic é importante, mas também é preciso ver no relativo", diz Rodrigo Azevedo

Estadão Conteúdo

Publicado 07.04.2024 11:22

"Olhar a taxa Selic é importante, mas também é preciso ver no relativo", diz Rodrigo Azevedo

O sócio, diretor de investimentos (CIO) e gestor da estratégia macro da Ibiuna Investimentos, Rodrigo Azevedo, avalia que descrever a taxa básica de juros brasileira como alta ou baixa depende do que se está olhando no relativo. O executivo destaca que, no momento, em termos de diferencial de juros, o valor está baixo.

"Houve uma alta da inflação global e todo mundo subiu os juros. A nossa taxa subiu mais, mas já está caindo. Os Estados Unidos, que estavam com a taxa de juros baixa há muito tempo, subiram os juros e têm mantido. Mas, por mais que a taxa de juros do Brasil esteja maior que a americana, o diferencial está baixo", disse Azevedo, durante participação no evento Z Summit, em São Paulo. Ele acrescenta que, historicamente, o Brasil é um País de juro real alto.

O executivo diz que a economia brasileira é integrada "comercial e financeiramente" com o resto do mundo, então o que acontece lá fora impacta os mercados domésticos. "Olhar a taxa Selic é super importante, mas também é importante olhar no relativo. Ter uma visão global é importante", afirma Azevedo.

Segundo o gestor, por exemplo, para quem tem investimentos em renda variável, é mais interessante ter neste momento investimentos nos índices americanos - para aproveitar a alta de ações de tecnologia - do que no índice Bovespa. Mesmo na renda fixa, Azevedo diz que um investidor de longo prazo vê mais atratividade nos títulos do Tesouro americano pagando 5,5% em dólar do que uma Selic pagando 10% ao ano.

h2 "Lá fora, o mais importante de tudo nesse momento é o ciclo de juros nos Estados Unidos", diz Rodrigo Azevedo/h2

O sócio, diretor de investimentos (CIO) e gestor da estratégia macro da Ibiuna Investimentos, Rodrigo Azevedo, avalia que o fator externo mais importante para os mercados atualmente é a trajetória dos juros dos Estados Unidos. Segundo o executivo, o início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode direcionar o fluxo de capital para outros países, mas no Brasil ainda paira o alerta de incerteza fiscal.

"Lá fora, o mais importante de tudo nesse momento é o ciclo de juros nos Estados Unidos. A cara da economia americana ainda é muito forte, mesmo após a alta de juros ela desacelerou pouco", disse Azevedo, durante participação no evento Z Summit, em São Paulo. Ele destaca que o investidor atualmente ganha 5,5% para ficar comprado em dólar no longo prazo, então "pensa muito para tirar o dinheiro dos Estados Unidos para fazer qualquer coisa em qualquer lugar".

Por outro lado, Azevedo diz que há a discussão de quando os juros vão começar a cair e para onde vai o fluxo de capital quando isso acontecer. O Brasil pode ser um candidato a receber o dinheiro, mas o gestor faz a observação de que as incertezas sobre o caminho da dívida pública brasileira atrapalham. "Todos os sinais que temos visto do governo brasileiro indicam que a dívida vai continuar crescendo e vai se perder de vista. E, se o juro para as empresas é mais alto, elas vão crescer menos e investir menos", afirma.

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