PIB: Com desaceleração global, economistas estão otimistas com expansão no Brasil

Investing.com

Publicado 31.08.2022 14:10

Por Jessica Bahia Melo

Investing.com – Mesmo em cenário de desaceleração global e alta nos juros, os economistas estão otimistas em relação a um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulga na manhã de quinta-feira, 1, o resultado referente ao segundo trimestre de 2022. A média das estimativas compiladas pelo Investing.com é de um PIB de 0,9% entre abril e junho deste ano ante os três meses anteriores, contra 1% do primeiro trimestre ante o último de 2021. Para o crescimento anual, a projeção é de 2,8%, contra 1,7% na mesma comparação.

A XP (BVMF:XPBR31) estima que o PIB cresceu 1% no segundo trimestre, praticamente o mesmo ritmo do trimestre anterior.

Já para Rafael Pacheco, economista da Guide Investimentos, o PIB do segundo trimestre deste ano deve vir positivo, tanto do lado da demanda quanto da oferta, com estimativa da Guide de 0,8% contra o trimestre anterior. “Do lado da oferta, o setor de serviços muito provavelmente será o principal propulsor do crescimento, não somente por ser o mais relevante dentro do PIB, mas porque foi o que mais surpreendeu durante o primeiro semestre. Nossa estimativa é que ele apresente crescimento de cerca de 3,8% na variação anual. A agricultura também deve apresentar bom resultado, beneficiada pela recuperação das safras depois das estiagens ocorridas no Centro-Sul no primeiro trimestre”, detalha.

Para Pacheco, do lado da demanda, a principal alta deve vir do consumo das famílias e do governo. “O mercado de trabalho mais forte e os estímulos fiscais do governo serão os principais contribuintes deste lado, ainda que o aumento dos preços de combustíveis e alimentos deve ter desacelerado o crescimento no trimestre a trimestre dessas duas categorias”, completa. Em relação ao cenário externo, a Guide avalia que as exportações cresceram bem na comparação contra o primeiro trimestre, mas apresentaram um recuo forte no ano a ano, de maneira que o saldo externo deve ficar negativo no PIB.

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O Banco Original também estima 0,8% de alta no trimestre. Marco Caruso, economista-chefe da instituição financeira, afirma que, pela ótica da oferta, a expectativa é de um avanço de todas os três grandes setores, com destaque para o setor de serviços. Segundo Caruso, o resultado poderia ser ainda maior não fosse o desempenho negativo do varejo em maio e junho (conforme aponta a Pesquisa Mensal do Comércio, que aponta queda de -1,4% t/t). “Os serviços foram bastante beneficiados pelo retorno da demanda por serviços presenciais, além de serviços voltados às empresas, como transporte e armazenamento de cargas”. Paralelamente, a indústria deve avançar impulsionada pela indústria de transformação e construção. “Já a indústria extrativa sofreu com a queda na produção de minério de ferro bruto e petróleo no 2T22, conforme apontam os dados da PIM e ANP, respectivamente, e deve mostrar um resultado levemente negativo”.

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Ainda conforme informou o Original, pela ótica da demanda, o consumo das famílias deve evidenciar o aumento de gastos com aquisição de serviços presenciais e alguns bens mais correlacionados com a renda.

Eduardo Vilarim, economista do Banco Original, elenca quatro fatores para esse aumento. “Políticas de transferência de renda praticadas pelo governo como aumento do Auxílio Brasil e liberação do FGTS e INSS, aumento do salário nominal acima da tendência pré-Covid – evidenciado pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios  (PNAD) para massa salarial habitual nominal, redução inflacionária, ainda de pequena magnitude, e consumo da poupança”. Já a demanda por itens mais correlacionados com crédito (móveis e eletrodomésticos, veículos e materiais de construção) diminuiu frente ao aumento da Selic.

Raone Costa, economista-chefe da Alphatree Capital, espera que o segundo trimestre apresente crescimento de 0,9%. “A parte de serviços vem surpreendendo mês a mês. A indústria deve chegar mais para trás, mais ainda positivo”. Ele concorda que o consumo das famílias também deve alavancar os resultados. A partir de agosto, os serviços começam a demonstrar fraqueza, enquanto os bens duráveis da indústria indicam melhores resultados.

Medidas de estímulo à renda devem continuar afetar os resultados de forma positiva, de acordo com Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, que estima um PIB de 0,8% no trimestre. “Acredito que o PIB agro vai pesar positivamente depois de um início de ano fraco, por conta da recuperação da pecuária. A indústria, depois de um início de ano de estagnação, a transformação e construção civil devem impulsionar o crescimento para cima. Além disso, serviços devem continuar crescendo, com consequência de normalização da atividade e reabertura. Talvez venha um pouco menor, porque essa normalização já começou a ser absorvida pela economia”, destaca. A expectativa de Veronese é de crescimento até o terceiro trimestre, com possibilidade de desaceleração a partir dos últimos três meses deste ano.

 

 

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