Programa de compras de títulos do Fed pode estar de saída, mas não vai muito longe

Reuters

Publicado 24.09.2021 10:40

Atualizado 24.09.2021 11:09

Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve começará a reduzir seu programa de compra de títulos da era da pandemia ainda este ano, deixando o banco central dos Estados Unidos com um balanço patrimonial de mais de 8,5 trilhões de dólares antes que as compras se encerrem em meados de 2022, e está chegando um possível debate sobre o que fazer de diferente da próxima vez.

A resposta rápida pode ser "nada": ao quase dobrar o tamanho da carteira de títulos desde o início da pandemia, no início de 2020, o Fed ajudou a estabilizar os mercados financeiros, usou suas compras em andamento para sinalizar que lutaria contra a crise econômica pelo tempo necessário e agora planejou seu encerramento sem "tantrum" (forte movimento de vendas) do mercado.

O chair do Fed, Jerome Powell, disse a repórteres na quarta-feira após o fim de sua reunião de política monetária que o banco central começará a reduzir seus 120 bilhões de dólares em compras mensais de ativos "em breve" e as encerraria em meados do ano que vem.

O programa "serviu ao seu propósito", disse Tom Garretson, estrategista sênior de portfólio da RBC Wealth Management.

O maior problema, Garretson e outros notaram, é que além do impacto inicial nos mercados financeiros, não é certo que a compra de títulos do Fed teria sido suficiente para compensar a profunda, embora curta, recessão do ano passado sem os gastos governamentais expressivos que foram autorizados pelo Congresso.

A conclusão? A política monetária administrada pelo Fed e os programas fiscais implementados por autoridades eleitas também precisarão se unir em futuras recessões.

"A lição dominante ... é que as ferramentas do Federal Reserve e de outros bancos centrais são substancialmente inadequadas para lidar com um enfraquecimento material da atividade econômica, e os formuladores de políticas fiscais precisam reconhecer isso", disse David Wilcox, ex-chefe da divisão de pesquisa do Fed e agora membro sênior do Peterson Institute for International Economics.