Sem outros choques, é perfeitamente possível colocar inflação na meta em 22, diz Campos Neto

Reuters

Publicado 15.10.2021 15:31

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira ser perfeitamente possível colocar a inflação na meta em 2022, reiterando que a autoridade monetária fará o que for necessário para tanto.

"É perfeitamente possível fazer o trabalho, a menos que outros choques aconteçam, com esse ritmo que estamos mantendo", disse ele, em evento online promovido pelo banco Goldman Sachs (NYSE:GS)  (SA:GSGI34).

"É importante enfatizar que nossa meta é 2022 e faremos o que for preciso para colocar a inflação na meta nesse horizonte", acrescentou.

O BC tem dado indicações de que prosseguirá com o ritmo de alta de 1 ponto nos juros em sua próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece no fim deste mês. Desde março, quando iniciou o ciclo de aperto, o BC já subiu a Selic em 4,25 pontos, ao patamar atual de 6,25% ao ano.

A sinalização da autoridade monetária é de que será necessário levar a taxa de juros para patamar "significativamente contracionista" --que atua no sentido de desaquecer a economia-- para domar as persistentes pressões inflacionárias.

Segundo Campos Neto, a manutenção do ritmo de subida nos juros dá ao BC tempo para analisar o cenário em meio a incertezas que se colocam à frente.

"Vemos que o melhor jeito de atuar é manter o ritmo, entendendo que a (taxa) terminal é o mais importante e o tempo que ganhamos é muito valioso para conseguirmos decifrar as informações no curto prazo e também para entendermos como essa transmissão está acontecendo na curva de juros e como as expectativas estão se comportando", disse.