Volume de serviços contraria expectativa e cai em maio pelo 4º mês seguido

Reuters

Publicado 10.07.2020 09:05

Atualizado 10.07.2020 17:15

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O setor de serviços brasileiro continuou registrando perdas em maio, devido às medidas de restrição contra o coronavírus que fecharam empresas, contrariando expectativas de crescimento, mas a queda desacelerou ante abril.

O volume de serviços registrou queda de 0,9% em maio na comparação com abril, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essas perdas somam-se à queda recorde de 11,9% em abril, chegando ao quarto mês seguido de contração, embora os efeitos da pandemia só tenham sido registrados a partir do final de março, pesando sobre uma atividade que já vinha mostrando dificuldades em engrenar uma recuperação.

Nos quatro meses seguidos de retração, o setor de serviços acumula perda de 19,7%.

"Temos um aprofundamento dos efeitos da pandemia sobre o setor de serviços, uma vez que foi uma queda em cima de uma queda histórica", disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. "Não podemos confundir a queda menor em maio do que em abril com uma reação."

Na comparação com maio de 2019, o setor apresentou recuo de 19,5%. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de alta de 5,2% no mês e de contração de 14,3% no ano.

Em maio, entre as cinco atividades de serviços pesquisadas, três apresentaram perdas --o volume de serviços de informação e comunicação recuou 2,5% e o de profissionais, administrativos e complementares teve queda de 3,6%, enquanto a atividade Outros serviços perdeu 4,6%.

"São segmentos que dependem de uma dinâmica econômica ativa. Antes, havíamos sentido o impacto da crise principalmente nos serviços prestados às famílias, agora os serviços prestados por empresas para outras empresas começam a sentir efeitos importantes", explicou Lobo.