Setor de serviços do Brasil tem forte expansão em junho apesar de inflação, mostra PMI

Reuters

Publicado 05.07.2022 10:00

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A expansão do setor de serviços no Brasil acelerou com força em junho e igualou o recorde da série histórica apesar das fortes pressões de preços, de acordo com pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da S&P Global divulgada nesta terça-feira.

O PMI saltou a 60,8 em junho, de 58,6 em maio, igualando a taxa mais alta na série histórica, vista em abril de 2007 --a pesquisa começou a compilar os dados em março daquele ano --, em meio à entrada quase recorde de novos trabalhos e com a demanda em expansão.

A entrada de novos trabalhos acelerou em relação a maio e foi a mais forte desde maio de 2007, sustentada pela conquista de novos negócios, maior investimento e demanda forte.

Os serviços ao consumidor registraram a maior alta nos novos negócios, seguidos de perto pelo subsetor de finanças e seguros.

Esse aumento, associado a projeções de crescimento, garantiu a alta das contratações em junho, com a criação de vagas se estendendo para o 13º mês seguido, na taxa mais forte já registrada.

Os empresários do setor mantiveram o otimismo forte em junho, com o sentimento sobre as perspectivas de crescimento numa máxima de quase três anos. As empresas também mostraram esperanças de resultado positivo da eleição presidencial de outubro, e passaram a ver aumento da produção ao longo dos próximos 12 meses devido ainda aos esforços de marketing e investimentos.

O mês, entretanto, também foi marcado por aumento nos gastos das empresas, com os custos de insumo subindo a uma taxa mais lenta do que em maio mas ainda a segunda mais forte na série histórica.

As pressões vieram, segundo a pesquisa, da força do dólar e dos custos mais elevados de energia, alimentos, combustíveis e produtos de higiene.