Vendas no varejo do Brasil recuam 0,3% em junho e têm resultado pior que o esperado

Reuters  |  Autor 

Publicado 10.08.2018 09:49

Vendas no varejo do Brasil recuam 0,3% em junho e têm resultado pior que o esperado

Por Rodrigo Viga Gaier e Patrícia Duarte

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 10 Ago (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro surpreenderam em junho ao encolherem pelo segundo mês seguido, ainda como reflexo da greve dos caminhoneiros que causou forte desabastecimento em todo o país e afetou a confiança dos agentes econômicos sobre o desempenho da economia como um todo neste ano.

As vendas caíram 0,3 por cento em junho na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, registrando o pior desempenho para junho desde 2015 (-1,1 por cento).

Na comparação anual, o setor subiu 1,50 por cento em junho, ambos resultados piores do que o esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,2 por cento na comparação mensal e de avanço de 2,40 por cento sobre um ano antes.

O cenário ficou ainda mais sombrio porque o IBGE revisou, e para muito pior, o desempenho das vendas varejistas em maio, que passaram de contração de 0,6 para queda de 1,2 por cento sobre o mês anterior.

"A série ajustada não conhecia o evento paralisação dos caminhoneiros... é natural haver revisão mais acentuada", afirmou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes. "A entrada de junho transforma o dado de maio após melhor interpretação de dados novos", acrescentou.

Maio foi marcado por desabastecimento em todo o país devido à greve dos caminhoneiros no final do mês, que abalou ainda mais a confiança tanto do empresariado quanto dos consumidores, que já estava estremecida pelas incertezas sobre a eleição presidencial.

Segundo o IBGE, apesar da variação negativa, houve crescimento em cinco das oito atividades pesquisadas. A pressão negativa se deu nos segmentos de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,5 por cento), interrompendo dois meses de taxas positivas, e no de Combustíveis e lubrificantes (-1,9 por cento).