Volume de serviços do Brasil avança mais do que o esperado em maio

Reuters

Publicado 12.07.2022 09:46

Atualizado 12.07.2022 10:11

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O setor de serviços brasileiro voltou a registrar ganhos em maio e acima do esperado, com avanços generalizados entre as atividades mesmo diante da inflação elevada no país.

O volume de serviços teve alta de 0,9% em maio sobre o mês anterior, registrando avanço de 9,2% na comparação com o mesmo período de 2021, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficaram bem acima das expectativas em pesquisa da Reuters de altas de 0,2% na base mensal e de 8,5% na anual.

A leitura mensal voltou a território positivo depois de recuo de 0,1% em abril, e deixa o setor 8,4% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

No entanto, o volume de serviços ainda está 2,8% abaixo do ponto mais alto da série histórica da pesquisa, de novembro de 2014.

Em maio, todas as cinco atividades pesquisadas tiveram resultado positivo, o que segundo o gerente do levantamento no IBGE, Rodrigo Lobo, se tornou mais frequente pelos efeitos da pandemia.

“Isso tem relação com a base de comparação baixa por causa dos efeitos das medidas de isolamento social, especialmente nos serviços de caráter presencial. De lá para cá, com a redução das restrições, essas atividades seguem em ritmo mais acelerado”, explicou ele.

Questões conjunturais como a inflação elevada e o desemprego alto ainda afetam a economia. Apesar de o setor seguir se beneficiando da abertura da economia pós-pandemia, pode enfrentar uma desaceleração dado o aperto nas nas condições monetárias e financeiras.

No mês, os destaques ficaram para os avanços de 0,9% tanto do setor de Transportes quanto do de Serviços de informação e comunicação. Somente o transporte de cargas avançou 1,8% no mês, atingindo o ponto mais alto da série histórica iniciada em janeiro de 2011.

“Houve uma recuperação de serviços presenciais nos últimos meses e um aproveitamento maior de Serviços de tecnologia da informação e de Transportes", disse Lobo.

“Quem tem ditado o crescimento do setor é serviços de comunicação. E em paralelo a isso tem o retorno da demanda presencial graças à flexibilização de medidas com o avanço da vacina", completou.