Publicado 25.06.2018 19:13
Amanhã: Veja os 3 principais temas do mercado nesta terça-feira
Investing.com - A bolsa brasileira resistiu ao pessimismo internacional provocado por nova ameaça de tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e garantiu um início de semana positivo.
O Ibovespa ficou volátil ao longo do dia, mas fechou o pregão com ganhos de 0,44% aos 70.952 pontos impulsionado pelas estatais.
A Petrobras (SA:PETR4) aproveitou a notícia de confirmação da aprovação de acordo nos EUA e a redução do risco-Lula para ordens de compra levarem a estatal à alta de 3,90% a R$ 15,70. Esse é o maior valor de fechamento desde 7 de junho.
O sentimento positivo transbordou para o Banco do Brasil (SA:BBAS3) que avançou 2,91% para R$ 26,86, destoando do movimento indefinido nos demais bancos. Itaúsa (SA:ITSA4) perdeu 0,45%, Bradesco (SA:BBDC4) recuou 0,15% e o Santander (SA:SANB11) afundou 3,45%. O Itaú (SA:ITUB4) ganhou 0,2%. No radar, o UBS reduziu o preço alvo para os bancos com a perspectiva de aumento no custo de capital.
A Vale e as siderúrgicas acompanharam o momento negativo no exterior com uma possibilidade de redução do comércio e o crescimento internacional com a guerra comercial entre EUA, China e União Europeia. A mineradora(SA:VALE3) cedeu 1,77% e a Bradespar (SA:BRAP4), -0,68%. A Gerdau (SA:GGBR4) caiu 2,73%, Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) desvalorizou 2,66%, CSN (SA:CSNA3) recuou 1,42% e a Usiminas (SA:USIM5) fechou com perdas de 0,14%.
O dólar ficou volátil e fechou com leve baixa de 0,14% a R$ 3,7779. Na sexta-feira, após o fechamento, o BC informou que seguiria atuando com swaps cambiais e na sessão de hoje vendeu 8,8 mil contratos do tipo. O leilão de linha foi leve com a venda de US$ 500 milhões dos US$ 3 bilhões anunciados.
Os juros DI cederam em toda curva futura. O contrato mais negociado, com vencimento em janeiro de 2019, perdeu 0,095 p.p. para 6,975%, enquanto para o mesmo mês de 2020 recuou 0,22 p.p para 8,5%. Para 2021, o contrato caiu 0,26 p.p. para 9,77%.
O risco Brasil medido pelo CDS recuou para 258,2 pontos, dos 263,1 de sexta-feira.
Exterior pesa com guerra comercial
O tuíte do presidente dos EUA, Donald Trump, neste domingo elevando o tom da guerra comercial que promove contra seus parceiros comerciais pesou no sentimento dos investidores e derrubou as bolsas globais.
Pesou também sobre o mercado, matéria do Wall Street Journal que afirmou que os EUA preparam um pacote de medidas para impedir investimento chinês em tecnologia no país e o compartilhamento de propriedade intelectual e inteligência de mercado.
A ideia, contudo, foi rejeitada pelo secretário do Tesouro, Stephen Mnuchin, via Twitter.
O Dow 30 afundou mais de 300 pontos e fechou com recuo de 1,33% a 24.252 pontos. O S&P 500 perdeu 1,37% a 2.717 pontos, enquanto o Nasdaq cedeu 2,09% a 7.532 pontos.
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Veja os principais temas do calendário econômico que deverão movimentar o mercado nesta terça-feira:
h3 1. Ata do Copom traz visão de riscos/h3O mercado deverá acompanhar de perto esta semana intensa de comunicados de política monetária.
A terça-feira começa com a publicação da ata da reunião do Copom da semana passada, que decidiu manter as taxas de juros em 6,5% e distanciar as decisões de política monetária da variação do dólar.
Os investidores vão ler com atenção o documento em busca da visão do Copom sobre os maiores riscos que atingem o mercado, entre eles, o impacto secundário do dólar na inflação, a redução do otimismo com o PIB brasileiro, aceleração da alta de juros nos EUA e fim dos estímulos na Europa.
No comunicado publicado após a reunião da semana passada, os diretores retiraram a frase "para as próximas reuniões, o Comitê vê como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente”, o que foi interpretado por alguns analistas como a preparação para a possibilidade de um aumento de juros. A ata deverá detalhar como o BC vê o impacto do dólar nos preços, após a disparada da divisa que alcançou R$ 3,96 na semana anterior ao Copom, obrigando intervenções mais pesadas do banco no câmbio.
O documento também poderá abordar a piora das expectativas do mercado para a inflação em 2018 e 2019, especialmente após a greve dos caminhoneiros, que pressionou os preços no final de maio. Apesar de ainda ver a inflação abaixo da meta, o mercado, através do boletim Focus, aumentou suas previsões para o IPCA fechado do ano para 4%, contra 3,45% antes da reunião anterior do Copom. Para 2019, a alteração foi de 4% para 4,1%.
Os investidores ainda buscarão a visão do comitê sobre a piora do cenário internacional, especialmente para os emergentes, com a escalada da guerra comercial iniciada pelos EUA, aceleração no ritmo de alta de juros pelo Fed e o fim do programa de compra de ativos pelo Banco Central Europeu, marcado para dezembro.
Os juros futuros DI para janeiro continuam perto de 7%, indicando uma aposta do mercado em aumento da Selic.
h3 2. Meta de inflação para 2021/h3O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne nesta terça-feira para debater e informar a meta de inflação no Brasil para 2021. Está em jogo uma disputa entre a credibilidade do BC de entregar a meta de inflação e o descontrole das contas públicas que será herdado pelo novo governo eleito em outubro.
O CMN implementou no ano passado uma política de reduzir a meta de inflação no país que há mais de uma década era de 4,50% ao ano. Para 2019, o alvo passará a ser de 4,25% e, no ano seguinte, 4,00%, com o objetivo de aproximar o Brasil dos números praticado nos países emergentes.
A expectativa de nova revisão de mesma intensidade na meta, que passaria a ser de 3,75% em 2021, ficou dividida após os acontecimentos do último mês.
Desde o ano passado, os riscos para cumprir a meta aumentaram com a disparada do dólar, desistência do governo de fazer as reformas estruturais para controle dos gastos públicos e as incertezas em relação a quem assumirá o Palácio do Planalto e qual será sua equipe econômica. A pressão do déficit crescente na curva de juros e no câmbio, aliado à um governo leniente com os déficit público poderia ser fatal para a trajetória de queda na inflação.
Se por um lado a interrupção na trajetória de redução da meta poderia dar mais espaço de manobra para o próximo governo, esse movimento sinalizaria uma confiança do CMN e poderia ter forte impacto no sentimento do mercado.
O CMN é formado por dois ministros sem peso político: Eduardo Guardia da Fazenda e Esteves Colnago do Planejamento, que se juntam ao presidente do BC, Ilan Goldfajn.
Ainda amanhã, será publicada a arrecadação federal pela Receita Federal, além da confiança do consumidor e sondagem da construção, ambas pela FGV.
h3 3. Confiança do Consumidor, Fed, Dados de Habitação nos EUA/h3Embora qualquer evento econômico provavelmente seja ofuscado por qualquer aumento na retórica da guerra comercial, os investidores avaliaram com cuidado os dados de confiança do consumidor e de habitação em busca de sinais de que a economia dos EUA permanecerá sólida.
Às 10h, os preços de imóveis deverá apresentar um crescimento de 6,9% em abril, um ligeiro aumento frente aos 6,8% no mês anterior.
Uma hora depois, os analistas vão receber os dados de confiança do consumidor do Conference Board com a projeção de um recuo para 127,6 em junho, de 128 no mês anterior.
No mesmo horário, o Fed de Richmond publica seus números para a indústria e o mercado prevê um recuo para 15, a partir de uma leitura de 16 do mês anterior.
Os investidores aguardam ainda a fala de diretores do Fed atrás de potenciais pistas sobre a política monetária dos EUA. O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, fala às 14h, enquanto o presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, discursará às 14h45.
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Veja todos os eventos que poderão mexer com o mercado no calendário econômico do Investing.com Brasil
Escrito por: Investing.com
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