5 principais assuntos para acompanhar nos mercados essa semana

Por Noreen Burke e Jessica Bahia Melo

Investing.com -- A temporada de balanços estará a todo vapor na próxima semana e espera-se que as preocupações com uma inflação em alta, um Federal Reserve hawkish e a incerteza decorrente da guerra na Ucrânia continuem a dominar o sentimento do mercado. Os investidores acompanharão de perto as considerações do presidente do Fed, Jerome Powell, na quinta-feira no que deve ser sua última manifestação pública antes da reunião de maio. Entretanto, os preços do petróleo permanecerão no centro das atenções em meio aos rumores de que a União Europeia estaria a considerar uma proibição progressiva das importações de petróleo da Rússia. No Brasil, agenda legislativa cheia e divulgação de dados comprometida devido à greve de servidores do Banco Central.

Aqui está o que você precisa saber para começar sua semana.

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O presidente do Fed, Jerome Powell, se pronunciará na reunião de quinta-feira do Fundo Monetário Internacional e, no mesmo dia, irá participar de uma conferência sobre a economia global, junto com a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e outros dirigentes do banco central.

O Fed aumentou as taxas de juros em um quarto de ponto percentual na reunião de março e, desde então, sinalizou outro movimento de meio ponto para maio.

Vários analistas e investidores de Wall Street acreditam que o Fed não foi rápido o suficiente no combate à inflação e agora preveem aumentos de juros mais agressivos à medida que o banco central se reorienta.

Os dados da semana passada mostraram um aumento de 8,5% nos preços ao consumidor em março, maior aumento anual desde 1981.

A presença de outros funcionários do Fed também é esperada durante a semana, incluindo o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans e a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly.

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Com a temporada de balanços a todo vapor, várias blue chips do Dow devem divulgar durante a semana, incluindo a gigante Johnson & Johnson (NYSE:JNJ) (SA:JNJB34), Procter & Gamble (NYSE:PG) (SA:PGCO34), IBM (NYSE:IBM) (SA:IBMB34) e American Express (NYSE:AXP) (SA:AALL34). Os investidores também acompanharão o balanço da gigante de streaming Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34 )após o fechamento de terça-feira e da fabricante de carros elétricos Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) na quarta-feira, também após o fechamento.

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Os balanços dos bancos devem continuar na segunda-feira, com as divulgações do Bank of America (NYSE:BAC) (SA:BOAC34) e Bank of New York Mellon (NYSE:BK) antes da abertura.

Sinais de que os balanços corporativos dos EUA devem ser mais fortes do que o esperado este ano podem reforçar o cenário de outros setores, incluindo bancos, empresas de viagens ou outras empresas que se beneficiam do crescimento da economia, ou nomes de forte crescimento e de tecnologia que tiveram boas valorizações durante a maior parte da última década.

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O calendário econômico dos EUA está relativamente ligeiro na próxima semana, trazendo várias atualizações do mercado imobiliário. Dados sobre construção de habitações e permissões para construção devem sair na terça-feira, seguido de uma atualização das revendas de casas na quarta-feira.

Os dados imobiliários serão observados juntos com as taxas de hipoteca dos EUA em resposta ao maior aumento das taxas de juros do mercado.

O relatório semanal sobre pedidos iniciais de auxílio desemprego será divulgado na quinta-feira, juntamente com o índice de produção do Fed da Philadelphia. Os dados de produção e de atividades do setor de serviços devem ser divulgados na sexta-feira.

A China deve divulgar dados sobre o PIB do primeiro trimestre na segunda-feira, mas os investidores provavelmente estarão mais focados nos números de março das vendas no varejo, investimento em ativos fixos e na produção industrial, para uma melhor perspectiva de como os bloqueios do coronavírus estão afetando a segunda maior economia do mundo.

A zona do euro deve publicar os números finais da inflação de março na quinta-feira, o que devem confirmar a alta de 7,5% dos preços ao consumidor em relação ao ano anterior, maior aumento registrado. Os dados da produção industrial de fevereiro saem na quarta-feira e devem mostrar um pequeno aumento.

A Zona do Euro e a Inglaterra devem divulgar os dados de PMI na sexta-feira e podem começar a mostrar o impacto econômico parcial da guerra na Ucrânia. No mesmo dia, o Reino Unido divulgará dados de março sobre as vendas no varejo e espera-se que apresentem um segundo declínio mensal.

Após uma semana mais curta, a próxima será ainda menor para muitos, devido ao feriado prolongado de Tiradentes. A segunda inicia com divulgação do indicador de inflação mensal IGP-10 de abril, marcada para 8h. Em março, o índice chegou a 1,2%, mas a projeção para abril é de 2,2%.

Com a continuidade da greve dos servidores, fica adiada a divulgação do resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de fevereiro, a prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Em Janeiro, houve um recuo de 0,99%. Assim como o IBC-BR, o Boletim Focus também não deve ser divulgado. Os servidores estão em greve desde o início de abril por aumento de salários e reestruturação da carreira. Ainda na quarta-feira, às 14h, saem os resultados da receita tributária federal, enquanto na sexta, às 16h30, das posições líquidas de especuladores.

Durante a semana, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e o ministro da economia Paulo Guedes participam de eventos em Washington. Campos Neto fala em evento do FMI e ambos participam de encontro com representantes do G20.

Mesmo com a agenda mais vazia quanto a dados econômicos, os compromissos estão presentes no legislativo. Nesta segunda, a Câmara dos Deputados pode votar a Medida Provisória (MP) 1076/21 que contempla um benefício extraordinário para o valor do Auxílio Brasil – a meta é que ele chegue a R$ 400 por família. Na terça, a expectativa é que o Senado vote o PL que cria regras para as criptomoedas. Nesta quarta, entra em pauta relatório de ministro Aroldo Cedraz para a segunda fase do processo de privatização da Eletrobras (SA:ELET3).

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O petróleo esteve em alta antes do feriado da Páscoa na quinta-feira com a notícia de que a UE poderia começar gradualmente a proibição das importações de petróleo russo, dando um impulso aos preços. A abordagem gradativa tem intenção de dar à Alemanha e a outros países tempo para providenciar fornecedores alternativos.

A proposta de proibição da UE só será debatida após o resultado final das eleições presidenciais francesas de 24 de Abril, a fim de evitar que a reeleição do Presidente Emmanuel Macron seja prejudicada.

A UE já aplicou cinco pacotes de duras sanções sobre a Rússia desde a sua invasão da Ucrânia, mas está sob pressão dos seus aliados para mais. No entanto, a UE se encontra mal preparada para lidar com as consequências econômicas dessas sanções naquele que é seu maior fornecedor de energia.

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- A Reuters contribuiu para esta reportagem.