5 principais assuntos para acompanhar nos mercados esta semana

Investing.com

Publicado 26.06.2022 08:46

Atualizado 26.06.2022 15:42

Por Noreen Burke

Investing.com -- O Banco Central Europeu realizará seu retiro anual em Portugal, durante o qual sua Presidente, Christine Lagarde, participará de um debate junto com o Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e o Governador do Banco da Inglaterra, na quarta-feira. A primeira metade do que tem sido um ano excepcionalmente turbulento nos mercados está terminando, com os investidores se perguntando se os próximos seis meses trarão algum descanso ou mais volatilidade. O calendário econômico inclui o índice de preços das despesas de consumo pessoal (DCP) - um indicador da inflação monitorado pelo Fed - além dos mais recentes dados de inflação da zona do euro e das PMIs chinesas.

Aqui está o que você precisa saber para começar a sua semana.

  1. h2 Fórum de Sintra/h2

O fórum de três dias do BCE em Sintra, Portugal, começa na segunda-feira, num cenário de dúvidas sobre se a ação do banco central para acabar com o maior aumento da inflação em décadas pode atirar a economia global numa recessão.

O fórum vai se concentrar nos "desafios da política monetária num mundo em rápida mudança".

Os investidores acompanharão de perto o debate de quarta-feira com Lagarde, Powell e Bailey, em busca de sinais sobre a forma como os chefes dos bancos centrais enxergam o equilíbrio entre a contenção da inflação e a tentativa de garantir um pouso suave para a economia global.

Os comentários dos dirigentes do BCE também serão acompanhados com atenção em busca de mais detalhes sobre os planos para o instrumento de antifragmentação.

Confira o calendário econômico para esta semana.

  1. h2 Primeiro semestre tórrido se encerra/h2

Seis meses caraterizados pelo maior ciclo de aumento dos juros em décadas, turbulência nos mercados e uma guerra que desencadeou a espiral da inflação estão chegando ao fim, fazendo os investidores se perguntarem o que o segundo semestre reserva.

O S&P 500 registra queda acumulada de cerca de 18% no ano, e os títulos tiveram desempenho um pouco melhor: O mercado de títulos dos EUA, segundo a medição do Vanguard Total Bond Market Index Fund (NASDAQ:BND), tem baixa de 10,8% no ano.

Com as expectativas dos investidores oscilando entre a continuação da inflação elevada e uma recessão econômica causada pela agressividade do Fed, poucos acreditam que a volatilidade do mercado irá desaparecer em breve.

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"A inflação ainda está aumentando e isso significa que o Fed irá realizar aumentos cada vez maiores, o que irá exercer uma pressão de queda sobre a economia, portanto é isso que está alimentando os receios de uma recessão", Seema Shah, estrategista chefe da Principal Global Investors, disse à Reuters.

"Também há sinais crescentes de fragilidade econômica chegando antes do esperado".

  1. h2 Dados econômicos dos EUA/h2

Os EUA vão divulgar uma série de dados econômicos na próxima semana, os quais irão evidenciar o desempenho da economia em meio ao ciclo agressivo de aumento dos juros do Fed.

Os investidores estarão com as atenções voltadas para a divulgação, na quinta-feira, dos dados de maio para o índice de preços das despesas de consumo pessoal, em busca de indícios sobre uma possível desaceleração da inflação.

Os economistas esperam desaceleração das encomendas de bens duráveis, maior deterioração da confiança do consumidor e mais fragilidade nas pesquisas industriais, contribuindo para a preocupações em relação às perspectivas econômicas.

Um relatório sobre as vendas pendentes de imóveis residenciais e o índice de preços de habitação Case-Shiller devem evidenciar o tamanho do impacto do aumento dos juros imobiliários sobre o setor de habitação.

Vários dirigentes do Fed também devem fazer aparições ao longo da semana, incluindo o Presidente do Fed de Nova York, John Williams, a Presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, a Presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, e o Presidente do Fed de St. Louis, James Bullard.

Na passada sexta-feira, Daly - em geral, dovish em matéria de política monetária - indicou que apoiava uma elevação de 0,75 ponto percentual durante a próxima reunião do Fed, em julho.

Fique por dentro dos movimentos do mercado europeu.

  1. h2 Inflação da zona do euro/h2

A zona do euro deve divulgar na sexta-feira dados sobre a inflação dos preços ao consumidor em junho, que deverá atingir um novo recorde de 8,3% na comparação anual com a continuidade dos reajustes dos preços de energia e alimentos.

A inflação na zona do euro atingiu um recorde de 8,1% em maio, mais de quatro vezes superior à meta do BCE de 2% ao ano.

Os dados sobre a inflação provavelmente irão acalorar ainda mais o debate sobre se o BCE deve ou não efetuar aumentos maiores das taxas de juros após a elevação de 0,25 ponto percentual assinalada para julho, numa ação que representará seu primeiro passo no sentido de aperto da política monetária em mais de uma década.

Os dados sobre a inflação nacional da Espanha e da Alemanha serão divulgados na quarta-feira.

Entretanto, os dados da confiança do consumidor na zona do euro no mesmo dia devem se manter deprimidos, num cenário de preocupações recorrentes com o impacto econômico da inflação em alta e da guerra na Ucrânia.

Um pouco mais para o leste, a China deve divulgar dados sobre lucros industriais na segunda-feira, seguidos dos dados de PMI na quinta e na sexta-feira, respectivamente.

Números positivos podem trazer certa esperança para os abatidos mercados financeiros.

Os lockdowns de Covid zero e a desaceleração da economia global forçaram o preço do cobre, um termômetro do crescimento, a cair quase 10% em duas semanas em Xangai.

Mas os lockdowns foram flexibilizados e, se os dados apontarem para um retorno ao crescimento, seria um sinal bem-vindo para a economia e para aqueles que consideram as ações chinesas como um porto seguro em relação aos temores de estagflação que tomaram o Ocidente.

Confira as cotações das ações brasileiras

  1. h2 Próximos capítulos da Petrobras (SA:PETR4)/h2

O Comitê de Elegibilidade (Celeg) da Petrobras aprovou o currículo de Caio Paes de Andrade para que ele assuma como Conselheiro e Presidente da estatal na sexta-feira, 24. O Conselho de Administração da companhia deve se reunir nesta segunda-feira, 27, para dar continuidade nos trâmites necessários para que Andrade se torne o CEO da empresa.

A aprovação de Andrade pelo Celeg, porém, não recebeu o voto favorável do presidente do Comitê, Francisco Petros. Ao votar contra a sua aceitação, Petros disse que a aprovação de Andrade deveria acontecer apenas em uma assembleia de acionistas, uma vez que a o candidato não possui experiência comprovada no setor de óleo e gás.

Porém, Petros, assim como os outros conselheiros que votaram pela aprovação de Andrade, Luiz Henrique Caroli, Ana Silvia Corso Matte e Tales José Bertozzo Bronzato, entenderam que não há uma obrigação legal para que o presidente da Petrobras tenha experiência no setor, mesmo que seja preferível.

O mercado acompanha com atenção a mudança no comando da Petrobras, diante dos ataques cada vez mais frequentes do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados à política de preços da companhia. A alta dos combustíveis preocupa os planos de reeleição de Bolsonaro, assim como a inflação persistente que também pesa no bolso da população descontente.

Esta semana também deve trazer mais notícias sobre os plano do governo de aumentar o Auxílio Brasil para R$ 600 e de criar de um voucher de R$ 1 mil aos caminhoneiros, sendo essas duas propostas parte do projeto de Bolsonaro de melhorar a sua imagem junto ao eleitorado.

Enquanto isso, no calendário econômico, os dados do Caged devem ser divulgados nesta quinta-feira, 31, com a expectativa de criação líquida de 187.500 novos empregos.

-- a Reuters contribuiu para este artigo

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