A interlocutores, Celso de Mello diz que bolsonaristas querem ditadura e cita Alemanha de Hitler

Reuters

Publicado 31.05.2020 17:14

Atualizado 31.05.2020 19:10

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou uma mensagem a interlocutores em que disse que bolsonaristas querem instaurar uma "desprezível e abjeta ditadura militar" e compara a situação do Brasil, "guardadas as devidas proporções", com o que ocorreu na Alemanha nazista com Adolf Hitler, segundo uma fonte que teve acesso à mensagem, obtida pela Reuters neste domingo.

Celso de Mello é o relator do inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro, conforme acusou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, tentou interferir no comando da Polícia Federal. O magistrado é um dos principais alvos de crítica de Bolsonaro e de mais manifestações pró-governo que ocorrem neste domingo no país.

O decano do STF disse que, guardadas as devidas proporções "parece estar a eclodir no Brasil" o "ovo da serpente, à semelhança do ocorreu na República de Weimar (1919-1933)".

"É PRECISO RESISTIR À DESTRUIÇÃO DA ORDEM DEMOCRÁTICA, PARA EVITAR O QUE OCORREU NA REPÚBLICA DE WEIMAR QUANDO HITLER", escreveu no texto em letras maiúsculas, citando que após ser eleito como chanceler, não hesitou em romper e anular a Constituição de Weimar "impondo ao País um sistema totalitário de poder".

O texto diz que à lei nazista foi concedido plenos poderes que "lhe permitiu legislar SEM a intervenção do Parlamento germânico!!!!".

"'INTERVENÇÃO MILITAR', como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, NADA MAIS SIGNIFICA, na NOVILÍNGUA bolsonarista, SENÃO A INSTAURAÇÃO, no Brasil, DE UMA DESPREZÍVEL E ABJETA DITADURA MILITAR !!!!”, finalizou o texto.

Procurado, o gabinete do ministro informou que "a manifestação do ministro Celso de Mello foi exclusivamente pessoal".

A tensão entre o STF e o presidente aumentou na semana passada, após uma operação realizada pela Polícia Federal, por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, ter feito buscas e apreensões e quebrado sigilos bancário e fiscal de apoiadores e aliados de Bolsonaro.

Em outra frente, o presidente responsabilizou diretamente Celso de Mello, o mais antigo integrante do Supremo, por ter divulgado praticamente a íntegra de um vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. Na ocasião, revelou-se que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que botaria na "cadeia" vagabundos, começando pelo STF.

Celso de Mello aposenta-se compulsoriamente do Supremo em novembro, quando completará 75 anos.

A reportagem procurou integrantes do STF para comentários sobre a mensagem de Celso de Mello, mas ninguém se manifestou de imediato.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações