Autoridades do Fed sinalizam que altas de juros provavelmente terminaram enquanto inflação desacelera

Reuters

Publicado 30.11.2023 14:07

Por Ann Saphir e Michael S. Derby

(Reuters) - Membros do Federal Reserve sinalizaram nesta quinta-feira que os aumentos da taxa de juros pelo banco central dos Estados Unidos provavelmente acabaram, mas mantiveram a porta aberta para mais aperto da política monetária caso o progresso da inflação pare e afastaram as expectativas do mercado de que haverá uma rápida mudança para cortes.

"A política monetária está em uma posição muito boa", disse a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, ao jornal alemão Borsen-Zeitung em uma entrevista publicada nesta quinta-feira, acrescentando que considerou os dados mais recentes sobre a inflação "encorajadores" e observando que seu "cenário básico" não exige mais aumentos de juros.

Ainda assim, ela disse que é "muito cedo para saber" se o Fed, que aumentou sua taxa de juros em 5,25 pontos percentuais nos últimos 20 meses, já terminou com os aumentos.

"Não estou pensando em cortes de juros neste momento", disse ela. "Estou pensando se temos um aperto suficiente no sistema e se somos suficientemente restritivos para restaurar a estabilidade dos preços."

O presidente do Fed de Nova York, John Williams, adotou um tom semelhante em comentários feitos pouco depois que o governo dos EUA informou que o índice de preços PCE subiu 3% em outubro na comparação anual, moderando depois de três meses de leituras de 3,4%. O Fed tem como meta uma inflação de 2%.

Os riscos para a economia estão atualmente divididos entre uma inflação muito alta e uma economia mais fraca, disse Williams, e "ao equilibrar esses riscos, e com base no que sei agora, minha avaliação é que estamos no pico ou próximo do pico da taxa básica".

Williams disse que espera que a inflação termine este ano em 3% e diminua para 2,25% em 2024, à medida que o crescimento econômico desacelera para 1,25% e o desemprego aumenta para 4,25%. A economia dos EUA cresceu a um ritmo anual de 5,2% no último trimestre, informou o Departamento de Comércio na quarta-feira, e a taxa de desemprego está atualmente em 3,9%.

"Se as pressões sobre os preços e os desequilíbrios persistirem mais do que eu espero, poderá ser necessário um maior aperto da política monetária", disse Williams.

As autoridades falaram pouco antes de um período habitual de silêncio antes da próxima reunião de política monetária, em 12 e 13 de dezembro.

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