Auxílio Brasil será de R$300, diz Funchal

Reuters

Publicado 17.09.2021 15:47

Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) - O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, disse nesta sexta-feira que o programa Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família, pagará um valor médio de 300 reais aos beneficiários.

O programa é considerado crucial para a estratégia de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, que há meses vinha citando o valor de 300 reais como patamar mínimo para o benefício, criado por medida provisória editada em agosto sem a previsão de valores.

Segundo Funchal, por restrições eleitorais, o novo programa social não poderia ser implantado no ano que vem, o que explica a decisão do governo de viabilizar sua execução ainda em 2021 com o aumento da alíquota do imposto sobre operações financeiras (IOF) que incide sobre operações de crédito.

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Funchal observou que, para 2022, a ideia é que a fonte de financiamento do Auxílio Brasil seja a tributação sobre dividendos e fundos prevista na reforma do Imposto de Renda em tramitação no Congresso.

"Mas não adianta ser só para 22, porque você tem diversas restrições eleitorais que impedem que esse programa seja criado em ano eleitoral, então ele tem que ser criado antes", disse Funchal durante seminário promovido pela escola de negócios Fucape e o banco XP.

"Como tem que implementar este ano a lógica é, terminando o auxílio emergencial (em outubro), cair no novo programa", acrescentou Funchal. "Uma parte da explicação do IOF é para a compensação do Auxílio Brasil, de 300 reais."

O governo editou na quinta-feira decreto elevando temporariamente as alíquotas do IOF para cobrir um aumento de despesa de 1,62 bilhão de reais neste ano com a implantação do Auxílio Brasil. Para as empresas, a alíquota aumentou de 1,50% ao ano para 2,04% e, para as pessoas físicas, de 3,0% para 4,08% ao ano.