Banco Mundial vê risco crescente de recessão global em 2023

Reuters

Publicado 15.09.2022 14:24

Atualizado 15.09.2022 14:35

WASHINGTON (Reuters) - O mundo pode estar se aproximando de uma recessão global conforme bancos centrais aumentam simultaneamente as taxas de juros para combater a inflação persistente, disse o Banco Mundial nesta quinta-feira.

As três maiores economias do mundo --Estados Unidos, China e zona do euro-- estão em desaceleração acentuada, e mesmo um "golpe moderado na economia global no próximo ano pode levá-la à recessão", apontou o banco em um novo estudo.

"O crescimento global está desacelerando acentuadamente, com probabilidade de mais desaceleração à medida que mais países entram em recessão", disse o presidente do Banco Mundial, David Malpass. Ele acrescentou preocupação de que essas tendências persistam, com consequências devastadoras para os mercados emergentes e economias em desenvolvimento.

As atuais altas sincronizadas das taxas de juros globais e as ações de política monetária relacionadas provavelmente continuarão no próximo ano, mas podem não ser suficientes para trazer a inflação de volta aos níveis vistos antes da pandemia de Covid-19, disse o banco.

A menos que as interrupções no fornecimento e as pressões do mercado de trabalho diminuam, o núcleo da inflação global, que exclui os custos de energia, pode permanecer em cerca de 5% em 2023, quase o dobro da média de cinco anos antes da pandemia.

Para reduzir a inflação, os bancos centrais podem precisar aumentar as taxas de juros em mais 2 pontos percentuais, além do aumento de 2 pontos percentuais já visto, na média, em 2021, disse o Banco Mundial.

Mas ajuste de tal magnitude, somado ao estresse do mercado financeiro, desaceleraria o crescimento do Produto Interno Bruto global para 0,5% em 2023, ou uma contração de 0,4% em termos per capita, o que atenderia à definição técnica de uma recessão global, acrescentou a instituição.