Bolsonaro diz ao Supremo que pretende abrir mão de depoimento presencial em inquérito sobre interferência na PF

Reuters

Publicado 26.11.2020 17:22

Atualizado 26.11.2020 17:55

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro informou que pretende abrir mão do depoimento presencial no âmbito do inquérito que apura se ele  tentou interferir no comando da Polícia Federal, segundo manifestação apresentada nesta quinta-feira pelo advogado-geral da União, José Levi Mello, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Apesar da posição expressa por Bolsonaro, a questão sobre seu depoimento neste inquérito ainda não foi definida pelo Supremo.

A AGU afirmou que está próximo de encerrar o prazo dado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito de prorrogação do andamento dessa investigação e destacou que a divulgação da íntegra do vídeo da reunião ministerial de abril "demonstrou claramente infundadas quaisquer das ilações que deram ensejo ao presente inquérito".

"Assim, o Peticionante vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., declinar do meio de defesa que lhe foi oportunizado unicamente por meio presencial no referido despacho", disse a AGU no pedido encaminhado ao atual relator do caso, Alexandre de Moraes.

O advogado-geral disse ainda que pede o encaminhamento dos autos à Polícia Federal para elaboração de relatório final a ser submetido, para manifestação posterior do Ministério Público. Caberá ao MP decidir, ao fim das apurações, se denuncia Bolsonaro, arquiva a apuração contra ele ou pede novas diligências.