Bolsonaro diz que governo estuda liberação da exportação de madeira in natura

Reuters

Publicado 23.11.2019 12:59

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que o governo estuda a liberação da exportação de madeira in natura, o que hoje é proibido por lei.

Segundo ele, o caso está sendo analisado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a permissão para a exportação de madeira in natura talvez precise de aval do Congresso.

"É melhor exportar de maneira legalizada do de que forma clandestina. Talvez uma medida como essa dependa do Parlamento. O Ricardo Salles vai me dar a palavra final na semana que vem", disse ele a jornalistas após participar de evento militar no Rio de Janeiro.

O governo Bolsonaro vem sendo alvo de críticas de ONGs e ambientalistas por causa de sua política ambiental.

O auge das críticas ocorreu nos meses de agosto e setembro, na esteira dos avanços das queimadas no país, especialmente na região amazônica.

Uma mobilização internacional foi feita, com chefes de Estados, artistas e personalidades pregando pela defesa da Amazônia. Até hoje, as cobranças incomodam o presidente brasileiro.

"Primeiro: mudou o governo do Brasil e não tem mais um presidente subserviente a alguns países da Europa. No governo anterior tivemos muito mais picos de focos de incêndio do que tivemos (agora). Foi um campanha insidiosa buscando atingir o governo brasileiro", avaliou o presidente.

"Não estou preocupado em perder aliados. Estou preocupado em não perder o Brasil", acrescentou.

PROTESTOS NO CHILE

O presidente brasileiro manifestou preocupação com avanço de mobilizações populares que começaram no Chile e mais recentemente se estenderam para Bolívia --com a queda do presidente Evo Morales-- e para a Colômbia.

Bolsonaro disse que as autoridades brasileiras estão atentas e preparadas para uma eventual mobilização social por aqui, mas destacou que não há motivos para que movimentos desse tipo se repliquem no Brasil.

"É lógico que a América do Sul é uma preocupação de todos nós, e não gostaríamos que outros países voltassem para o Foro de São Paulo e aqui ninguém quer que andemos nessa direção. Veja a Venezuela", disse.

"Temos que estar preparados para não sermos surpreendidos pelos fatos, mas até o momento não vejo motivo nenhum para que esse movimento venha para cá. Nunca o Brasil viveu uma normalidade democrática como vivemos nesse momento", adicionou.

O presidente disse ainda que os protestos no Chile demonstram "excesso" dos manifestantes. Esses "excesso" foram classificados pelo mandatário brasileiro como atos terroristas.