Bolsonaro diz que preocupação eleitoral da oposição com auxílio é "maldade" com povo

Reuters

Publicado 11.11.2021 20:06

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que há preocupação, nos bastidores do Congresso Nacional, que a aprovação da PEC dos Precatórios e a consequente abertura de espaço fiscal para o Auxílio Brasil o ajude em sua reeleição, e considerou o viés eleitoral uma "maldade enorme" com a população.

Na tradicional transmissão ao vivo por redes sociais, Bolsonaro agradeceu os deputados que votaram a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), com menção especial ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e afirmou que esta foi a solução encontrada pelo governo para socorrer 17 milhões de famílias de baixa renda.

"O que a gente ouve nos bastidores lá no Congresso? 'Ah, isso vai eleger o Bolsonaro'. Ah, a preocupação de vocês é a política? Não é o povo? Não é o pobre? Você acha que o pobre aguenta ficar um ano recebendo 192 reais até vocês chegarem no governo, se vocês ganharem as eleições, obviamente?", questionou o presidente, fazendo referência ao valor médio atual do Bolsa Família.

O Auxílio Brasil, novo programa social do governo, pretende pagar 400 reais em média a famílias quando somado a benefícios de duração temporária, até dezembro de 2022, ano em que Bolsonaro tentará a reeleição.

A PEC dos Precatórios, que altera a regra de pagamento dessas dívidas judiciais, é fundamental para abrir espaço fiscal para a viabilização do novo programa social.

"Querem que a gente dê meios para 17 milhões de famílias sobreviverem, e quando a gente apresenta uma solução, com toda a responsabilidade, não furando o teto, etc, eles votam contra", criticou Bolsonaro.

O presidente aproveitou para dizer que lamenta os registros de pessoas em filas em busca de ossos de animais, na impossibilidade de comprar carne, mas creditou a situação à adoção, por parte de governadores e prefeitos, de políticas de isolamento físico e social em decorrência da pandemia de Covid-19.

"Pessoal mostra aí o caminhão de osso, com algumas pessoas pegando osso e 'olha, o governo Bolsonaro, o povo está atrás de osso'. Eu lamento, realmente, pessoas atrás de osso, lamento muito isso daí. É consequência daquela política dos governadores do PT, do PSB, fechar o Estado, fechar os municípios, desempregou muita gente, e o preço da economia cobra depois", afirmou.

"Eu não fechei nem um botequim no Brasil, então disso vocês não me acusem, não. Não me acusem disso."