Brasil tem 25 capitais em situação crítica de ocupação de UTIs para Covid, diz Fiocruz

Reuters

Publicado 09.03.2021 20:51

Atualizado 09.03.2021 21:15

Por Gabriel Araujo

SÃO PAULO (Reuters) - A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou nesta terça-feira que 25 das 27 capitais brasileiras possuem situação crítica de ocupação de leitos de terapia intensiva (UTIs) destinados à Covid-19 , em momento em que o país enfrenta uma severa onda da pandemia, com recordes de óbitos.

Segundo a entidade, apenas Belém (75%) e Maceió (73%) possuem taxas de ocupação inferiores ao patamar de 80%, que determina a zona de alerta crítico conforme avaliação semanal realizada pela fundação.

Ainda segundo a Fiocruz, 15 das capitais com situação crítica possuem mais de 90% dos leitos ocupados, incluindo Porto Velho, com 100%, e Porto Alegre e Campo Grande, que já superaram os limites de ocupação de UTIs para Covid-19.

Em termos estaduais, apenas Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Alagoas, Paraíba, Amapá e Pará estão fora da situação crítica. Das 20 unidades da Federação em condição extrema, 13 têm taxas de ocupação acima de 90%.

O Pará deixou a zona de alerta crítico ao longo da última semana, melhorando seu indicador de ocupação de leitos, mas os Estados de São Paulo e Sergipe foram para o alerta máximo e a situação geral piorou, de acordo com a Fiocruz.

"Embora a saída do Pará da zona de alerta crítico para a zona intermediária... possa deixar uma impressão visual de melhoria do quadro geral, é importante sublinhar que se observou exatamente o oposto, com crescimento do indicador em quase todos Estados e no Distrito Federal", disse a fundação em nota técnica.

Os pesquisadores da Fiocruz reforçaram a necessidade de ampliação de medidas não-farmacológicas para contenção da pandemia, como distanciamento físico e social, uso de máscaras e higienização das mãos.

"Nos municípios e Estados que já se encontram próximos ou em situação de colapso, a análise destaca a necessidade de adoção de medidas de supressão mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais", disse a entidade.