Congresso aprova Orçamento de 2021 e texto vai a sanção presidencial

Reuters

Publicado 25.03.2021 20:37

Atualizado 26.03.2021 08:25

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O Congresso Nacional aprovou na quinta-feira a proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021, que traz um remanejamento de mais de 25 bilhões de reais, boa parte destinada a emendas parlamentares.

Os deputados aprovaram mais cedo, por 346 votos a 110, o texto principal, liberando a matéria para análise dos senadores. De acordo com a Agência Senado, foram 60 votos a favor e 12 contrários na Casa.

O texto aprovado segue agora para sanção presidencial. 

Por conta da pandemia de Covid-19, o Congresso Nacional tem realizado sessões remotas e em etapas separadas para deputados e senadores.

DECISÕES DIFÍCEIS

De autoria do relator, Marcio Bittar (MDB-AC), o texto aprovado traz um remanejamento de recursos de mais de 25 bilhões de reais, tendo como um dos mais beneficiados o Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta muito mobilizada por emendas parlamentares.

Quando a proposta ainda era discutida na Comissão Mista de Orçamento (CMO), na manhã de quinta, Bittar apresentou uma complementação de voto, argumentando que, assim, atendia demandas de colegas que apontavam o risco de paralisações de obras e atividades.

Integrantes da oposição criticaram o remanejamento por retirar recursos de áreas como a Previdência e do abono salarial.

"Me espanta muito a quantidade de recursos destinada para a área de desenvolvimento regional. Desculpem-me a franqueza, pode-se dar o nome que quiser, mas significa pagamento de emenda parlamentar, inclusive pagamento de conta dos acordos que são feitos a partir da eleição do presidente da Câmara, do presidente do Senado e das demais votações antipopulares que, infelizmente, o Congresso Nacional aprova", acusou a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

"Tudo isso às custas de não pagar os direitos previdenciários e trabalhistas do povo trabalhador brasileiro", disse a deputada, que também chamou a atenção para a suplementação orçamentário na área da Defesa.

O relator afirmou, no entanto, que boa parte do corte nas despesas previdenciárias serão compensados pelos efeitos da reforma da Previdência e pela MP antifraude nos benefícios.