CHARGE: a Segunda Onda de Covid-19 da Europa
Investing.com
Publicado 13.10.2020 11:43
Atualizado 13.10.2020 16:27
Por Geoffrey Smith
Investing.com - A epidemia de Covid-19 na Europa está ameaçando sair de controle novamente.
Os governos de todo o continente estão aumentando as restrições às reuniões e às atividades econômicas não essenciais, na esperança de evitar a necessidade de bloquear totalmente suas economias, como fizeram na primavera.
Com a economia da zona do euro a caminho de encolher em mais de 8% este ano, e a do Reino Unido prestes a encolher em 10% ou mais, os governos estão caminhando sobre uma linha tênue entre tentar manter suas economias o mais abertas possível, sem permitir que o coronavírus atravesse suas populações e inunde seus sistemas de saúde pública.
No Reino Unido, as novas infecções atingiram em média cerca de 14.000 por dia na última semana, mais que o dobro do pico durante a primeira onda. Embora isso se deva em parte a testes muito mais difundidos do que anteriormente, as admissões hospitalares e as mortes (para as quais não há falsos positivos) também estão aumentando.
O governo de Boris Johnson lançou um novo esquema de três níveis para apertar as restrições sobre reuniões e atividades econômicas, com o objetivo de trazer clareza e rigor a uma resposta política geral que muitas vezes parece aleatória e caótica.
No entanto, o anúncio foi prejudicado pelo próprio conselheiro de saúde do governo, que disse que mesmo o nível mais restritivo de medidas provavelmente não será suficiente para impedir que a doença se espalhe mais amplamente à medida que o inverno avança.
Enquanto isso, na França, o número de pacientes com Covid-19 em unidades de terapia intensiva de hospitais voltou ao máximo em três meses. O primeiro-ministro Jean Castex disse que a batalha contra o vírus deve durar "mais alguns meses". Castex é prejudicado por uma cláusula há muito esquecida na constituição francesa que não permite que o governo limite as reuniões de uma família em casa.
As curvas de infecção também aumentaram drasticamente na Europa Central, da Eslovênia à República Tcheca e à Polônia. Apenas na Alemanha o vírus ainda parece realmente sob controle - e mesmo lá as autoridades estão soando alarmes. As restrições a bares e restaurantes em Berlim e Frankfurt foram reforçadas na semana passada, com o aumento das taxas de infecção.
A desaceleração correspondente na atividade econômica (o índice de sentimento ZEW da Alemanha caiu para seu nível mais baixo desde maio na terça-feira) também alarma os banqueiros centrais: a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a recuperação parecia "instável" na semana passada, alimentando as expectativas de que aumentará o tamanho do pacote emergencial do coronavírus em sua reunião de conselho de dezembro. O Banco da Inglaterra, enquanto isso, sondou os bancos do Reino Unido sobre sua preparação caso corte as taxas de juros oficiais abaixo de zero pela primeira vez.
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Escrito por: Investing.com
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