Chefe do BC do Japão promete manter estímulo monetário e sinaliza confiança na alta de preços

Reuters

Publicado 21.03.2024 09:32

Por Leika Kihara e Tetsushi Kajimoto

TÓQUIO (Reuters) - O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, prometeu nesta quinta-feira continuar dando apoio à economia com uma política monetária ultrafrouxa, mas sinalizou confiança de que a inflação está ganhando impulso, conforme os mercados buscam pistas sobre o momento do próximo aumento da taxa de juros.

Ele também disse que o banco central acabará reduzindo seu enorme balanço patrimonial, sinalizando que o Banco do Japão se moverá lenta mas firmemente em direção à normalização da política monetária.

Seus comentários foram feitos depois que a autoridade monetária encerrou, na terça-feira, oito anos de taxas de juros negativas e outros resquícios de sua política não ortodoxa, em uma mudança histórica em relação ao estímulo monetário maciço das últimas décadas.

"Ao sairmos de nosso programa de estímulo maciço, diminuiremos gradualmente o tamanho de nosso balanço patrimonial e, em algum momento, reduziremos o tamanho de nossa compra de títulos públicos", disse Ueda.

Em sua primeira aparição no Parlamento desde a decisão, Ueda foi questionado por um parlamentar sobre a possibilidade a decisão ter sido tomada muito apressadamente e poder inviabilizar a frágil recuperação econômica do Japão.

"Poderíamos ter esperado até que a inflação estivesse completamente em 2% por um longo período de tempo. Mas se tivéssemos feito isso, não está claro se a inflação teria se mantido em 2%. Poderíamos ter visto um aumento acentuado nos riscos de alta dos preços", respondeu Ueda.

Os aumentos contínuos nos preços dos serviços e os grandes aumentos salariais oferecidos pelas principais empresas nas negociações salariais anuais confirmaram que o Japão está vendo um ciclo positivo de aumento de salários e fortalecimento da inflação, disse ele.