China diz estar disposta a elevar compras de bens agrícolas e industriais do Brasil

Reuters

Publicado 25.10.2019 08:19

Atualizado 25.10.2019 08:58

China diz estar disposta a elevar compras de bens agrícolas e industriais do Brasil

PEQUIM (Reuters) - A China está disposta a aumentar as importações de produtos agrícolas e industriais do Brasil para melhorar o comércio bilateral, afirmou nesta sexta-feira o vice-premiê chinês, Hu Chunhua, em meio à visita do presidente Jair Bolsonaro ao país.

Hu também afirmou, em um seminário em Pequim, que os dois países podem aprofundar a cooperação em áreas como infraestrutura.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil e maior fonte de investimento estrangeiro. No ano passado, o comércio bilateral cresceu para um recorde de 100 bilhões de dólares.

Bolsonaro, que também participou do seminário, está na China para marcar o 45º aniversário do estabelecimento de laços diplomáticos entre os dois países.

"O mundo está enfrentando sérios desafios do unilateralismo e protecionismo, colocando pressão sobre as principais economias conforme aumentam a incerteza e a instabilidade", disse Hu.

"China e Brasil, como duas importantes economias, deveriam aumentar a comunicação e cooperação para enfrentar esses desafios e materializar o desenvolvimento compartilhado."

Uma declaração conjunta divulgada após encontro entre Bolsonaro e o presidente chinês, Xi Jinping, destacou a determinação de ambos os países de ampliar a corrente comercial e estimular a diversificação dos produtos negociados entre os dois países.

Os dois presidentes também comentatam sobre as exportações mútuas de produtos agrícolas, de acordo com a declaração.

"Destacaram com satisfação os entendimentos alcançados por suas autoridades aduaneiras e agrícolas que, em conjunto com os protocolos sanitários firmados sobre produtos específicos, permitirão diversificar e ampliar as exportações mútuas de seus setores agrícolas", afirmou o texto.

O Brasil está confiante de que autoridades chinesas irão conceder autorizações para mais exportadores brasileiros de carne antes que o presidente do país asiático visite o Brasil no próximo mês por ocasião de reunião de cúpula dos Brics.

Discussões entre uma delegação brasileira na China e autoridades locais nesta semana também trataram da demanda por commodities brasileiras como açúcar, algodão e etanol.

Os dois países ainda estão discutindo "um protocolo" para a exportação de farelo de soja brasileira.

O Brasil é o principal fornecedor de soja da China, mas tem tido dificuldades para aumentar a comercialização de farelo de soja com o país asiático.

Brasil e China fazem parte do grupo dos Brics de principais economias emergentes, ao lado de Rússia, Índia e África do Sul. A China vem dizendo que os países dos Brics precisam fortalecer sua união, aumentar a cooperação e defender o multilateralismo.