Dólar fecha em queda ante real em 1ª sessão de dezembro com BC e exterior

Reuters

Publicado 02.12.2019 18:10

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real no primeiro pregão de dezembro, influenciado por leilões do Banco Central, dados mais fracos nos Estados Unidos e noticiário sobre taxação sobre metais brasileiros comprados pelos EUA.

A confirmação de que o Banco Central vai corrigir dados do setor externo para mostrar números melhores, na esteira de revisão pelo Ministério da Economia de dados da balança comercial, também compôs o pano de fundo de dólar mais fraco, uma vez que sinaliza um quadro mais alentador para a oferta de moeda no país.

A moeda voltou à casa de 4,21 reais, depois de na semana passada ter flertado com 4,28 reais, com folga deixando para trás os picos históricos anteriores.

Nesta segunda-feira, o dólar à vista fechou em queda de 0,63%, a 4,2139 reais na venda.

Na B3, o contrato de dólar de maior liquidez caía 0,42%, a 4,2245 reais.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas caía 0,43%. O dólar cedia frente a várias divisas emergentes pares do real, conforme indicadores econômicos mais fracos nos EUA apoiavam cenários de juros mais baixos na economia norte-americana, o que pode aumentar a atratividade de ativos emergentes.

Comentários no mercado também apontaram que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retomar imediatamente tarifas norte-americanas sobre importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina pode ter feito preço no câmbio, já que Trump reclamou que os dois países estão promovendo forte desvalorização de suas moedas.

O entendimento é que a pressão vinda de Trump poderia enfraquecer eventual disposição e aceitação no governo a uma taxa de câmbio mais depreciada no mercado local.

Em almoço na Febraban nesta segunda, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, aproveitou para reforçar mensagem de que a autoridade monetária não atua no mercado de câmbio visando patamares específicos para o dólar.

Desde as mínimas de outubro, a moeda dos EUA acumula valorização de 5,68%. O Bradesco (SA:BBDC4) diz que "parte importante" da depreciação do real se deve a vetores domésticos, entre os quais os recentes indicadores de contas externas menos confortáveis.