Economia está ajustada, não tem solavanco, diz Bolsonaro após se reunir com Guedes

Reuters

Publicado 22.10.2021 15:28

Atualizado 22.10.2021 15:55

Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que o governo não fará nenhuma aventura, que a economia está ajustada e que não haverá "solavanco".

A declaração foi dada após o presidente se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em meio a rumores de que o chefe da economia estaria demissionário. Bolsonaro e Guedes estavam juntos no pronunciamento, em que reforçaram compromissos fiscais do governo.

"Nós entendemos que a economia está ajustada, não existe solavanco, não existe nenhum descompromisso da nossa parte", disse o presidente no Ministério da Economia.

Segundo Bolsonaro, o governo decidiu pela ampliação de auxílio a famílias de baixa renda, diante da pandemia, que ainda oferece incertezas, mas reforçou que não deseja colocar em risco a gestão da economia.

Ainda assim, argumentou o presidente, o valor médio até então oferecido pelo Bolsa Família, de cerca de 190 reais, é insuficiente para os mais necessitados. Por isso, após meses de estudo, o governo chegou à proposta de oferecer 400 reais em média de auxílio até dezembro de 2022.

"Esse valor decidido por nós tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura, não queremos colocar em risco nada no tocante à economia", disse Bolsonaro.

Para garantir essa ampliação do auxílio, o governo propôs uma modificação na PEC dos Precatórios, aprovada em comissão especial da Câmara na véspera. A mudança em questão altera janela de correção do teto de gastos pelo IPCA, para abrir um espaço para novos gastos de 83 bilhões de reais no Orçamento do ano que vem.

A medida gerou forte reação do mercado na quinta-feira e momentos de tensão quando o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, bem como seus adjuntos, encaminharam seus pedidos de exoneração dos cargos.