Em discurso a evangélicos, Bolsonaro diz que Brasil volta à normalidade ainda em 2020, "se Deus quiser"

Reuters

Publicado 19.09.2020 17:00

Atualizado 19.09.2020 18:15

(Reuters) - Com o Brasil registrando ainda um alto número diário de novos casos e mortes de Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que "se Deus quiser", o país volta à normalidade ainda este ano.

Em discurso a um público de evangélicos, Bolsonaro, com voz mansa, mencionou várias vezes Deus e a importância de acreditar e disse que estamos no final do que chamou uma grande provação.

"Se Deus quiser, voltamos à normalidade ainda no corrente ano", disse Bolsonaro em convenção estadual do Distrito Federal e Entorno das Assembleias de Deus do Brasil.

Numa referência, ainda que não nominal, à hidroxicloroquina, Bolsonaro disse que quando se deixou de politizar a questão da saúde, mais vidas foram salvas no país. O presidente é um ardoroso defensor do uso do medicamento no tratamento da Covid-19, apesar de não haver comprovação científica de sua eficácia contra essa doença.

"Quis o destino também que na área da saúde, aos poucos, ao se deixar de politizar a única alternativa que nós tínhamos, começasse a salvar-se mais vidas no Brasil também", disse, depois de afirmar que o país foi o que melhor se saiu em termos econômicos da pandemia.

"Eu tive que tomar decisões", disse Bolsonaro.

"Hoje, graças a Deus, estamos vendo que estávamos no caminho certo", acrescentou.

Na sexta-feira, o Brasil registrou mais 39.797 novos casos de Covid-19, elevando o total acumulado para 4.495.183, segundo dados do Ministério da Saúde. Também na sexta houve o registro de mais 858 óbitos pela doença, fazendo com que o total de mortes causadas pelo novo coronavírus chegasse a 135.793.

O Brasil é o terceiro país com mais casos no mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Índia, e o segundo em mortes, depois dos EUA.

Apesar de sinais de recuperação da economia, dados da Pnad Covid, divulgados pelo IBGE na sexta-feira, mostram que o número de desempregados no país cresceu 39,7% do início de maio até o final de agosto.

Diante de um público religioso, Bolsonaro voltou a defender a importância da família e afirmou que Deus dá força para que os obstáculos sejam vencidos.

No início do discurso, o presidente disse que o que o fez perseverar no cargo foi "acreditar".