Em meio à epidemia, Bolsonaro recebe embaixadores em audiências fechadas

Reuters

Publicado 06.04.2020 11:01

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Em um gesto ao recém-chegado embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, o presidente Jair Bolsonaro decidiu receber nesta segunda-feira, em meio à epidemia de coronavírus, as cartas credenciais de 10 embaixadores recém-chegados ao Brasil.

A decisão causou constrangimento nos meios diplomáticos, contaram à Reuters duas fontes que acompanharam a decisão. A ideia, apresentada a Bolsonaro pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, de fazer uma cerimônia regular - em que os embaixadores sobem a rampa e são recebidos pelo presidente em um dos salões do segundo andar do Planalto - acabou sendo trocada por audiências individuais depois da reação das embaixadas.

Chapman chegou ao Brasil há uma semana. De acordo com as fontes ouvidas pela Reuters, a ideia de Bolsonaro e Araújo era de fazer "um gesto de boas vindas" ao novo embaixador dos Estados Unidos - a embaixada estava sem titular desde 2018 - e, para não receber apenas o norte-americano, estender o convite aos demais.

A ideia da cerimônia, que seria no final da manhã desta segunda, foi abortada depois que os corpos diplomáticos fizeram chegar ao Itamaraty que talvez a ideia de uma aglomeração não fosse conveniente nesse momento.