Europa enfrentará “policrise” e estagflação em 2023, prevê Deutsche Bank

Investing.com  |  Autor Alessandro Albano

Publicado 12.12.2022 10:14

Atualizado 12.12.2022 12:45

Por Alessandro Albano

Investing.com – Em 2022, a atividade econômica da Europa acabou respondendo bem, apesar da guerra na Ucrânia, mas a perspectiva ainda permanece nebulosa. Essa é a opinião do Deutsche Bank em um relatório recente sobre o continente, no qual alerta para uma “dupla recessão” em 2023, que “deve iniciar no 4º tri de 2022”.

De acordo com o banco alemão, esse fenômeno deve ocorrer quando a zona do euro sair brevemente da recessão causada pelos choques de energia, “antes de sucumbir novamente a outra recessão no fim de 2023, com o aumento dos obstáculos econômicos”. Há ainda um segundo cenário possível em que a zona do euro “troca uma recessão imediata por outra no fim de 2023”.

Em geral, o DB explica que o ano de 2023 será caracterizado pela estagflação, com uma recessão entre o quarto trimestre deste ano e o próximo trimestre, principalmente por conta da crise energética e seus efeitos sobre o crescimento, a renda real e a confiança no ambiente de negócios.

No entanto, de acordo com o banco, o atual choque o choque atual está “se mostrando mais raso e moderado do que se temia”, com o PIB da região tendo suas projeções melhoradas em 2023 de -1,2% para 0,6%, o que está ligado a estimativas de +1% em 2024, contra a previsão anterior de +1,4% em setembro.

O banco alemão ressalta que a inflação continua sendo a “principal preocupação”. Ele afirmou que a crise energética provocada pela guerra na Ucrânia “só explica parte do problema” e “os efeitos posteriores da pandemia, como os estímulos em massa, também são relevantes”, na medida em que aumentaram a oferta de dinheiro em circulação.

De acordo com especialistas do DB, a expectativa é que a inflação geral caia “de forma apenas moderada” em 2023 (7,1% estimado vs. 8,5% anterior), enquanto a inflação básica (4,7% vs. 3,9%) e o crescimento salarial (5% vs. 4,3%) serão maiores do que o previsto.

O banco explica ainda que “é pouco provável que haja um pico convincente na inflação subjacente antes do fim do verão local. O risco é uma inflação ainda maior e mais persistente”.

Ligado a isso está o capítulo do BCE, que decidirá sobre a trajetória dos juros nesta quinta-feira. De acordo com o Deutsche Bank, Frankfurt está entrando no “segundo estágio da saída monetária”: a primeira fase, segundo o relatório, foi representada pelo início das elevações para rapidamente atingir a neutralidade. A segunda, entretanto, “é uma redução no ritmo, à medida que os juros ficam acima do nível neutro e a consolidação do balanço começa”.

A instituição ressalta, contudo, que um ritmo menor de elevações não é o mesmo que uma “taxa terminal mais baixa”, que irá tocar 3% em meados do segundo trimestre de 2023.

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“Nossa expectativa é que as taxas continuem em 3% a partir de meados de 2023 e 2024 (as taxas reais aumentarão à medida que a inflação diminui); em seguida, haverá cortes graduais para o nível neutro até o fim de 2025, ao mesmo tempo em que o aperto quantitativo tem continuidade".

Para contextualizar a situação em que a Europa se encontra, o Deutsche Bank cunhou a expressão “policrise”, na qual interagem “crises de diferentes origens, cujo custo é superior à soma das partes”.

Entre os elementos que podem aumentar a volatilidade em 2023 estão: “A Rússia encontrando formas de escalar as tensões e gerar transtornos econômicos; pressão do aperto monetário sobre o sistema econômico-financeiro; tensões sociais provocadas pela crise do custo de vida; ação industrial e instabilidade política; e estresse dos sistemas de energia, produção econômica e cadeias de alimentos por conta da mudança climática”, conclui o relatório do Deutsche Bank.

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