Refinarias estatais da China evitam novos negócios de petróleo russo, dizem fontes

Reuters

Publicado 06.04.2022 09:47

Por Chen Aizhu e Florence Tan

CINGAPURA (Reuters) - As refinarias estatais da China estão honrando seus contratos de petróleo russo mas evitando novos negócios, apesar dos grandes descontos, atendendo ao pedido de cautela de Pequim à medida que aumentam as sanções ocidentais contra a Rússia pela invasão da Ucrânia, disseram seis pessoas à Reuters.

A estatal Sinopec --a maior refinaria da Ásia--, a CNOOC, a PetroChina e a Sinochem ficaram à margem de negociações comerciais de novas cargas russas para carregamentos em maio, disseram as fontes, que têm conhecimento do assunto mas falaram sob condição de anonimato devido à sensibilidade do assunto.

As estatais chinesas não querem ser vistas como apoiando abertamente Moscou com compras de volumes extras de petróleo, disseram duas pessoas, depois que o governo dos EUA proibiu o petróleo russo no mês passado e a União Europeia impôs sanções ao principal exportador russo Rosneft (MM:ROSN) e Gazprom Neft.

"As estatais estão cautelosas, pois suas ações podem ser vistas como representativas do governo chinês e nenhuma delas quer ser apontada como compradora de petróleo russo", disse uma das fontes.

Sinopec e Petrochina não quiseram comentar. A CNOOC e a Sinochem não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

A China e a Rússia desenvolveram laços cada vez mais estreitos nos últimos anos e, em fevereiro, anunciaram uma parceria "sem limites". A China se recusou a condenar a ação da Rússia na Ucrânia ou chamá-la de invasão, e também criticou repetidamente as sanções ocidentais contra a Rússia.

Maior importador de petróleo do mundo, a China é o principal comprador de petróleo russo, com 1,6 milhão de barris por dia, metade dos quais fornecidos por oleodutos sob contratos de governo a governo.

Uma queda nas importações chinesas de petróleo russo pode levar suas gigantes refinarias estatais a recorrer a fontes alternativas, aumentando as preocupações com a oferta global que levaram os preços de referência do petróleo Brent a máximas de 14 anos, perto de 140 dólares por barril no início de março.

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