Fed perdeu a guerra contra a inflação e EUA estão arruinados, diz economista

Investing.com  |  Autor David Wagner

Publicado 26.03.2024 13:27

Investing.com - Em uma reviravolta inesperada, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) e seu presidente, Jerome Powell, adotaram uma postura mais moderada (“dovish”, no jargão do mercado) do que o esperado, gerando críticas de economistas, entre eles, Peter Schiff, que expressou suas opiniões em um podcast recente.

Schiff observou um aumento significativo no preço das commodities, com destaque para a prata, ouro e o cobre, que tiveram um desempenho notável após o pronunciamento de Powell. Ele proclamou:

“Estamos presenciando o início do maior boom de commodities desde os anos 70. Isso vai contra a previsão de Powell de que a inflação recuará para 2%. Não vejo como a inflação possa cair para 2%! Os indicadores são claros: a inflação está em ascensão. E, compreendendo a natureza da inflação, ela só tende a aumentar”.

O analista financeiro também ressaltou o recente anúncio de um acréscimo de 13% no déficit federal, interpretando-o como um sinal negativo para a economia:

“Com tanto dinheiro sendo injetado na economia, como evitar a escalada de preços? Por isso, o Fed não só interromperá seu ciclo de aperto monetário como retornará às políticas de estímulo, pois os gastos governamentais estão descontrolados. Isso, por sua vez, alimenta a inflação… Taxas de juros a 5,25 ou 5,5% não são suficientes para conter essa tendência”, explicou Schiff.

Ele ainda apontou que a situação fiscal dos EUA pressiona o Fed a diminuir as taxas de juros:

“O Fed cortará as taxas independentemente dos indicadores econômicos. Os dados são irrelevantes. A redução das taxas é inevitável porque a economia está em ruínas. Não é uma vitória sobre a inflação, mas uma derrota”, avaliou Schiff.

Contrariando a expectativa geral, ele sugere que o Fed está prestes a cortar as taxas para prevenir uma crise financeira e bancária, além de tentar evitar um default do governo e cortes em programas sociais como a seguridade social e o Medicare, que seriam drasticamente afetados pela inflação.

Schiff conclui que a incapacidade do Fed de conter a inflação prenuncia tempos difíceis para a economia.

“Não vemos uma situação assim desde os anos 70. A diferença é que a conjuntura econômica atual é muito mais grave do que naquela época, e não temos meios de extinguir esse incêndio”, declarou ele.

Fed pode aumentar taxas de juros este ano para outro economista/h2

O avanço da inteligência artificial (IA) tem sido um vetor de alta para as ações. Esse fenômeno levanta questionamentos sobre a possibilidade de o Fed rever sua política de redução das taxas de juros, segundo Torsten Slok, economista-chefe da Apollo Global Management.

De acordo com Slok, há uma chance de que o Fed mantenha suas taxas de juros inalteradas durante o ano, contrariando a expectativa de um corte de 75 pontos-base anteriormente anunciado pela instituição.

O otimismo dos investidores em relação às empresas líderes em IA, como a Nvidia (NASDAQ:NVDA), contribui para a formação de uma bolha especulativa no mercado de ações, influenciando as previsões de Slok.

“Vivemos uma bolha da IA, e o aumento dos valores no setor de tecnologia facilita as condições financeiras, complicando a tarefa do Fed”, explicou Slok em entrevista ao Financial Times.

Essa facilidade nas condições financeiras vai contra os esforços do Fed para conter a inflação e manter a estabilidade dos preços dos ativos, com os dirigentes do banco central monitorando esses indicadores atentamente.

Slok e outros especialistas no setor financeiro alertam que a inflação pode se manter alta por um período mais extenso, sugerindo que o Fed poderia postergar a redução das taxas de juros até 2025.

Slok não descarta a possibilidade de um aumento nas taxas de juros ainda neste ano, caso o crescimento econômico dos Estados Unidos ganhe impulso. Uma nova projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do último trimestre será divulgada na próxima quinta-feira.

Por fim, Slok ressalta que um aumento prolongado nas taxas de juros pode gerar instabilidade no sistema financeiro, principalmente devido ao alto endividamento em setores como o imobiliário comercial. O aumento nos custos de financiamento pode levar à insolvência de devedores, agravando as dificuldades já enfrentadas pelos bancos regionais.

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