Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta sexta-feira

Investing.com  |  Autor Peter Nurse

Publicado 30.06.2023 06:34

Atualizado 30.06.2023 08:11

Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo

Investing.com – O indicador de inflação favorito do Federal Reserve será divulgado na sexta-feira, enquanto os resultados decepcionantes da varejista de moda esportiva Nike também estarão em foco. Espera-se que Wall Street registre um mês e um trimestre positivos, mas o mercado imobiliário do Reino Unido continua sob pressão. No Brasil, Conselho Monetário Nacional (CMN) define que meta de inflação passa a ser contínua a partir de 2025.

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1. Principais dados de inflação em foco

Tanto Jerome Powell quanto Christine Lagarde - os chefes do Federal Reserve dos EUA e do Banco Central Europeu, respectivamente - insistiram, na reunião anual do BCE em Sintra, que a conquista da inflação era fundamental e que seu trabalho ainda não havia terminado.

É provável que na sexta-feira surjam evidências de quanto ainda precisam avançar, com números importantes sobre a inflação em ambos os lados do Atlântico.

A divulgação mais importante será a do índice despesas básicas de consumo pessoal dos EUA, o indicador de inflação preferido do Fed, que deve aumentar 4,7% no ano e 0,3% em maio.

Isso seria o mesmo que o valor anual de abril, provando que a inflação continua firme e, em grande parte, consolidando as expectativas de outro aumento de um quarto de ponto percentual na taxa de juros, provavelmente na reunião de julho.

Na Europa, Lagarde já confirmou em grande parte que o BCE aumentará mais uma vez em julho, e a divulgação dos dados de preços ao consumidor para toda a zona do euro fornecerá pistas sobre quantos aumentos adicionais das taxas são prováveis este ano.

O valor de junho do IPC foi de 5,5%, ligeiramente melhor do que o esperado e uma queda em relação aos 6,1% do mês anterior. A inflação da França seguiu a da Espanha e da Itália, atingindo o menor valor em 14 meses, enquanto os ganhos dos preços ao consumidor da Alemanha aceleraram neste mês.

2. Nike cai no pré-mercado após decepção com as vendas

A Nike (NYSE:NKE) provavelmente estará no centro das atenções na sexta-feira, depois que a gigante de roupas esportivas ofereceu uma previsão sombria para a receita do primeiro trimestre após o fechamento na quinta-feira, prevendo que a inflação ainda alta levará os consumidores a reduzir os gastos na América do Norte, o maior mercado da empresa.

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As ações da Nike foram negociadas mais de 3% abaixo no pré-mercado, depois que a empresa disse que espera que o crescimento da receita relatada no primeiro trimestre seja estável ou de um único dígito baixo, em comparação com uma expectativa média de um aumento de 5,8%.

O quarto trimestre também foi deprimente, pois as vendas aumentaram 5% na América do Norte no quarto trimestre, o mais lento em quatro trimestres, enquanto na Europa, Oriente Médio e África as vendas aumentaram apenas 3%.

Além disso, a margem bruta da empresa diminuiu 140 pontos-base, para 43,6%, impulsionada por custos mais altos, maiores remarcações e contínuas "mudanças desfavoráveis nas taxas de câmbio líquidas de moeda estrangeira".

Houve um ponto positivo: a China. As vendas na região aumentaram 16% após a reversão da rígida política de zero covid-19 do país, que resultou na queda das vendas na região nos três primeiros trimestres.

Os futuros dos EUA subiram na sexta-feira, antes da divulgação dos principais dados de inflação, com um mês e um trimestre positivos chegando ao fim.

Às 8h05 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia subido 0,32%, o S&P 500 futuros ganhado 0,44%, e o Nasdaq 100 futuros estava em alta de 0,53%.

Os investidores estão aguardando a divulgação do índice de Despesas de Consumo Pessoal dos EUA, o indicador de inflação preferido do Fed, mais tarde na sessão, para obter pistas antes da reunião de definição de política de julho.

Sexta-feira é o último dia de negociação do mês, e o índice de base ampla S&P 500 está em curso para ganhos mensais de mais de 5%, seu melhor desempenho mensal desde janeiro, e uma melhoria trimestral de quase 7%.

O Nasdaq Composite é ainda mais impressionante, com um ganho mensal de cerca de 5%, mas um retorno trimestral de mais de 11%.

3. Mercado imobiliário do Reino Unido sob pressão

O preço médio de residências no Reino Unido sofreu a maior queda em junho, em base anual, desde 2009, de acordo com a Nationwide Building Society, ilustrando o impacto do aumento das taxas de hipoteca sobre os mutuários.

Os dados mostraram que o ritmo das quedas aumentou para 3,5%, em comparação com 3,4% no mês anterior, levando o preço de uma casa média para 262.239 libras (£1 = $1,2636).

É provável que haja mais fraqueza, já que grande parte da atividade do mercado imobiliário de junho terá ocorrido antes de o Banco da Inglaterra autorizar um aumento de 50 pontos-base, levando sua taxa básica para 5%, com a inflação permanecendo em 8,7% em maio, mais de quatro vezes a meta de 2% do BOE.

"É provável que o aumento acentuado dos custos de empréstimos exerça um peso significativo sobre a atividade do mercado imobiliário no curto prazo", disse Robert Gardner, economista-chefe da Nationwide. "Os custos de empréstimos de longo prazo subiram para níveis semelhantes aos que prevaleceram após o mini-orçamento do ano passado, mas isso ainda não teve o mesmo impacto negativo sobre o sentimento."

4. Petróleo oscila

Os preços do petróleo foram oscilavam na sexta-feira, após por uma grande queda nos estoques de petróleo dos EUA, bem como por sinais de resistência da economia americana, o maior consumidor de petróleo do mundo.

Às 8h05 (de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA estavam 0,10% mais baixos, a US$ 69,79 por barril, enquanto o contrato do Brent estava estável em US$ 74,50 por barril.

Ambos os contratos estavam previstos para aumentar entre 2% e 3% em junho, com o Brent marcando seu primeiro mês positivo este ano, depois que o WTI registrou um ganho em abril.

A notícia de que o estoque de petróleo bruto dos EUA caiu 9,6 milhões de barris na semana passada, sugerindo um aperto na oferta nesse importante mercado, deu suporte, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre foi revisado para cima, para uma taxa anualizada de 2,0%, em comparação com o ritmo de 1,3% informado anteriormente.

Dito isso, em uma base trimestral, o Brent parece estar preparado para uma perda de cerca de 6%, enquanto o WTI parece estar caminhando para um declínio de cerca de 7%, as primeiras perdas trimestrais consecutivas desde 2019, devido à lenta recuperação econômica da China e aos aumentos agressivos das taxas de juros pelos bancos centrais ocidentais.

A semana se encerra com a contagem de plataformas de petróleo dos EUA no site Baker Hughes, um indicador da oferta futura, e os dados de posicionamento do CFTC.

5. Meta de inflação no Brasil passa a ser contínua a partir de 2025

O regime de metas de inflação terá horizonte mais alongado a partir de 2025, após aprovação por unanimidade pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O CMN manteve as metas de 2024 e para 2025 em 3%, com o intervalo de tolerância atual, de 1,5 ponto percentual. A meta de inflação definida para 2026 segue nesta linha. No entanto, partir de 2025, a apuração do cumprimento da meta deve obedecer a um prazo maior do que um ano, uma meta contínua, e não mais por ano-calendário.

Para Felipe Salto, economista-chefe e sócio da Warren Rena, o novo modelo representa excelente mudança e “permitirá acomodar choques e mesmo evitar, por exemplo, desacertos no manejo da Selic apenas para observar o cumprimento da meta no dia 31 de dezembro”, destacou no Twitter.

Por outro lado, André Roncaglia, professor da Unifesp, também usou a rede social para afirmar que “Campos Neto venceu mais uma batalha”, com o reforço em relação à “desancoragem das expectativas de inflação, caso o CMN subisse a meta de inflação de 2024 para o patamar já usado pelo mercado (4%)”, critica, na expectativa de que a Selic caia em agosto.

Às 8h05 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) estava estável no pré-mercado.

Selic x Ações: Futuros cortes nos juros podem impulsionar mais quais ativos? Confira no vídeo:

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