Fundo soberano da Noruega tem lucro recorde de US$ 213 bilhões em 2023

Reuters

Publicado 30.01.2024 14:08

Atualizado 30.01.2024 14:56

Por Gwladys Fouche

OSLO (Reuters) - O fundo soberano da Noruega, de 1,6 trilhão de dólares e o maior do mundo, divulgou nesta terça-feira lucro recorde de 2,22 trilhões de coroas (213 bilhões de dólares) em 2023, impulsionado por fortes retornos sobre seus investimentos em ações de tecnologia.

Os resultados foram comparados com um prejuízo recorde de 1,64 trilhão de coroas em 2022,  pressionado por perdas com ações de empresas de tecnologia.

"O ano de 2023 terminou muito melhor do que o esperado", disse o presidente-executivo do NBIM, Nicolai Tangen, a jornalistas.

As ações de tecnologia contribuíram com metade do retorno do fundo, impulsionadas pelo avanço comercial da inteligência artificial, melhoria nas perspectivas econômicas gerais e expectativas de taxas de juros mais baixas, disse o fundo.

As participações mais valiosas do fundo foram na Microsoft (NASDAQ:MSFT), Apple (NASDAQ:AAPL) e Nvidia. A ação não tecnológica mais valiosa foi a da empresa farmacêutica Novo Nordisk, em oitavo lugar.

O retorno sobre o investimento do fundo em 2023 foi de 16,1% no ano, 0,18 ponto percentual abaixo do retorno de seu índice de referência.

No início deste mês, Tangen alertou que a inflação permaneceria persistente em todo o mundo e cairia "mais lentamente do que eu acho que é geralmente esperado".

Nesta terça-feira, o executivo disse à Reuters que a interrupção do comércio global devido às tensões no Mar Vermelho terá algum efeito sobre a inflação, mas que espera que o impacto seja "relativamente limitado".

De forma mais ampla, o risco de que a guerra em Gaza se expanda para um conflito regional foi "um dos muitos cenários que estamos analisando", disse o executivo a jornalistas.

"O efeito de uma guerra mais ampla teria impacto principalmente por meio do aumento dos preços do petróleo", disse ele.

A entrada de recursos do Estado norueguês no fundo em 2023 somou 711 bilhões de coroas, o segundo maior montante da história do fundo, abaixo do recorde de 2022, de quase 1,1 trilhão de coroas.