Gás e alumínio atingem novas máximas; petróleo e trigo avançam com turbulência na oferta

Reuters

Publicado 03.03.2022 16:56

Por Eric Onstad e Naveen Thukral e Gavin Maguire

LONDRES/CINGAPURA (Reuters) - Os preços das commodities subiram ainda mais nesta quinta-feira, quando a invasão russa da Ucrânia entrou na segunda semana, interrompendo os fluxos globais de matérias-primas e elevando o gás natural, carvão e alumínio para máximas recordes, enquanto o petróleo e o trigo escalaram para picos de vários anos.

A estatura da Rússia como um dos principais fornecedores de petróleo, gás, metais e grãos significou que duras sanções aplicadas a entidades russas após a invasão da Ucrânia por Moscou perturbaram cadeias críticas de fornecimento de recursos.

Na semana passada, desde que a Rússia lançou sua invasão, os preços do gás holandês mais que dobraram, o carvão de Newcastle subiu 85% e o petróleo Brent disparou.

O petróleo Brent ampliou os ganhos para quase 120 dólares o barril, a máxima em quase uma década, após uma nova rodada de sanções dos EUA que visam o setor de refino de petróleo da Rússia.

Também impulsionaram o mercado de petróleo dados indicando que os estoques nos Estados Unidos, o maior consumidor de petróleo do mundo, atingiram mínimas de vários anos.

Embora as sanções anteriores não atingissem especificamente o setor de energia, elas visavam transações financeiras e bancos, que dificultavam as capacidades de exportação da Rússia, cujas exportações de petróleo representam cerca de 8% da oferta global.

Os preços do gás holandês tocaram um recorde de 199 euros por megawatt-hora, enquanto os futuros de carvão de Newcastle também estão em alta desde que as sanções foram aplicadas ao terceiro maior exportador, subindo para um recorde de 440 dólares a tonelada nesta semana.

Nos mercados de metais, o alumínio avançou para outro pico recorde, atingindo 3.741 dólares a tonelada na Bolsa de Metais de Londres, enquanto o níquel subiu 8% para seu maior nível em 11 anos.

A Rússia responde por cerca de 6% do alumínio do mundo e cerca de 7% do fornecimento global de minas de níquel.

O metal precioso paládio, pelo qual a Rússia responde por 40% da produção global, saltou até 4,8%, para quase 2.800 dólares por onça, uma nova máxima de sete meses.