Goldman Sachs e Citi juntam-se a coro de bancos que enxergam alta de 150 pontos-base da Selic nesta semana

Reuters

Publicado 26.10.2021 12:31

Atualizado 26.10.2021 12:54

SÃO PAULO (Reuters) - O Citi e o Goldman Sachs elevaram suas projeções para o ritmo de elevação da taxa Selic, juntando-se a uma série de grandes bancos que espera agora que o Banco Central suba os juros básicos em 150 pontos-base em sua reunião desta semana.

A revisão dos bancos privados vem na esteira de dados que mostraram nesta terça-feira que o IPCA-15, considerado prévia da inflação oficial ao consumidor brasileiro, registrou em outubro sua maior alta para o mês em 26 anos.

Os números, que vieram bem acima do esperado, somados à recente deterioração das perspectivas fiscais e inflacionárias do Brasil, levaram os credores a projetarem alta da Selic a 7,75% ao ano, de um patamar atual de 6,25%, no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa nesta terça-feira e se encerra na quarta.

O Citi espera ainda que o BC anuncie uma outra alta de 150 pontos-base na reunião de política monetária de dezembro, com a taxa Selic devendo chegar aos 11% ao ano ao fim do atual ciclo de aperto, no ano que vem. "As pressões inflacionárias continuam abundantes, tornando-se mais disseminadas e persistentes do que o pensado anteriormente", alertou o banco.

Para o Goldman Sachs (NYSE:GS), a chance de uma alta menos agressiva dos juros na reunião desta semana, de 125 pontos-base, é de apenas 25%, segundo relatório assinado pelo diretor de pesquisa econômica do banco para a América Latina, Alberto Ramos.

O credor não divulgou novas projeções para as reuniões de política monetária do Banco Central além da de outubro, mas alertou que, "num cenário de intensas pressões inflacionárias e piora do balanço de riscos, a chance de o Banco Central conseguir direcionar a inflação para a meta de 3,5% em 2022 é baixa".