Guedes: Crescimento do PIB pode chegar a 3% neste ano

Estadão Conteúdo

Publicado 14.09.2022 16:44

Atualizado 15.09.2022 08:02

Guedes: Crescimento do PIB pode chegar a 3% neste ano

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a afirmar que o governo registrará em 2022 o primeiro superávit primário nos últimos 13 anos, mas não detalhou o valor. Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, nesta quarta-feira, 14, estimativas da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, mostram que as contas públicas devem ficar no azul em R$ 71,2 bilhões no ano.

Segundo Guedes, a proporção da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) também deve voltar ao patamar de janeiro de 2019 se o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pagar os R$ 90 bilhões que ainda deve ao Tesouro Nacional. O ministro destacou que o banco público já devolveu R$ 410 bilhões aos cofres públicos. "Mostramos que é possível controlar a besta dos gastos públicos", resumiu.

O ministro da Economia também afirmou que o PIB pode crescer até 3% neste ano, com a taxa de desemprego caindo para 8%. Segundo ele, o investimento privado está puxando o processo de recuperação da economia brasileira. As declarações foram feitas durante o congresso Latam Retail Show 2022, do setor de varejo.

"O Brasil já está voando de novo e temos R$ 900 bilhões em investimentos contratados aos próximos dez anos. O Brasil está condenado a crescer. Este ano, possivelmente, o Brasil vai ter inflação inferior a dos Estados Unidos. O crescimento do Brasil será maior do que o dos países-membros do G7", disse.

Segundo Guedes, os sucessivos aumentos de arrecadação são compartilhados com a população por meio da queda de impostos.

Despesas orçamentárias X classe política

O ministro da Economia voltou a afirmar que a classe política precisa decidir para onde vão os recursos do orçamento por meio de um processo de desvinculação e desindexação. Segundo Guedes, 96% das despesas orçamentárias são carimbadas e somente 4% podem ser definidas pelos parlamentares.

Segundo o ministro, uma das soluções para reduzir as desigualdades sociais no Brasil é a criação de um fundo de erradicação da pobreza com recursos da venda da estatais.

"Governos passados dizem que estatais são patrimônio do povo. Não vamos desviar recursos da estatais, vamos devolver recursos que são do povo ao povo com a venda das estatais. Não houve crise nos outros governos e eles afundaram o País", afirmou.

Guedes ainda voltou a defender a criação de um regime de trabalho flexível, baseado no valor pago por hora trabalhada. Segundo ele, essa proposta foi enviada ao Congresso como Carteira Verde e Amarela, mas foi rejeitada pelos parlamentares.

Além disso, o ministro voltou a afirmar que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem compromisso com os mais pobres e que uma mensagem presidencial será enviada ao Congresso para repor os recursos destinados ao programa Farmácia Popular.

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"Ora, como todos sabem que a Farmácia Popular é importante, das duas uma: ou as RP9 voltam para financiar a Farmácia Popular ou vamos ter de cortar em outro lugar. O presidente garante que a Farmácia Popular vai seguir. É um desencaixe temporário", voltou a dizer.

Guedes ainda defendeu que os bancos públicos devem financiar as micro, pequenas e médias empresas, enquanto as grandes devem captar recursos no mercado.

"Tinha campeão com R$ 10 bi na Caixa e outro com R$ 10 bi no BNDES, dissemos para eles irem ao mercado se financiar", afirmou.

O ministro também voltou a pedir votos para Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo.

Reforma administrativa

Guedes disse que a reforma administrativa pode ser aprovada ainda em 2022 se o presidente Jair Bolsonaro (PL) for reeleito. Segundo ele, a reforma tributária também deve ser debatida pelos parlamentares em 2023 e deve favorecer o crescimento econômico.

Segundo Guedes, o governo conseguiu fazer uma reforma administrativa de R$ 160 bilhões sem a concessão de reajustes salariais durante o mandato. Entretanto, o ministro defendeu que essa prática precisa mudar e a proposta de reforma debatida pelo Congresso precisa avançar.

Guedes também refutou as críticas de que o Brasil está em crise e de que o governo pratica um populismo fiscal. Segundo ele, o mercado tem errado suas projeções sistematicamente, enquanto os resultados são positivos.

"Não vamos nos intimidar com a conversa de que tem crise, de populismo fiscal. Não há razão nenhuma para levar pessimismo ao ano que vem", disse.

Crédito

O ministro da Economia prometeu a um público formado por empresários do setor de varejo a expansão da oferta de crédito a pequenas e médias empresas.

"Não vai ser por problema de crédito que vamos ter problema no varejo", declarou o ministro ao responder a uma pergunta sobre disponibilidade de crédito.

Ele destacou que, com a renovação do programa de crédito a micro e pequenas empresas, o Pronampe, por volta de R$ 1 bilhão estão sendo liberados por dia a pequenos negócios atualmente. Voltou a dizer ainda que, em 2023, o vento volta a soprar a favor da economia, dada a perspectiva de redução dos juros. "Não há razão nenhuma para levar pessimismo para o ano que vem."

Segundo Guedes, o governo nunca deixou de dar atenção ao crédito a pequenas empresas, tendo, desde o início do mandato, o diagnóstico de que, visando redução das taxas de mercado, a competição entre os bancos precisava ser ampliada. Seria necessário, assim, apoio à entrada das fintechs no mercado e atuação dos bancos públicos. O avanço da inflação e a guerra na Ucrânia, com consequente aumento dos juros, atrapalharam, no entanto, os planos. "Estávamos nesse caminho até a covid chegar", afirmou o ministro.

Ainda assim, Guedes lembrou que, com o Pronampe, entre R$ 60 bilhões e R$ 80 bilhões chegaram "rapidamente" aos pequenos empresários na pandemia. "Foi um sucesso", disse o ministro.

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