Guedes sugere reforma do IR enxuta tributando super-ricos e cortando imposto de empresas

Reuters

Publicado 09.05.2022 10:09

Atualizado 09.05.2022 10:55

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu nesta segunda-feira que governo e Congresso deem andamento a uma reforma do Imposto de Renda (IR) mais enxuta, focada em tributar super-ricos e reduzir cobranças sobre empresas.

Em evento para lançar ferramenta de monitoramento de investimentos no país, Guedes afirmou que “a hora é agora” para discutir a reforma, que foi aprovada na Câmara, mas travou no Senado. Ele justificou que o país precisa de um ambiente melhor de negócios para se inserir nas cadeias globais de valor e atrair investimentos.

“Podemos fazer uma versão mais enxuta (da reforma do IR), tributando super-ricos e reduzindo impostos sobre empresas”, disse.

Em setembro do ano passado, a Câmara aprovou projeto sobre a reforma do IR, texto que foi inicialmente proposto pelo governo, mas passou por diversas alterações pelos deputados.

A medida corta impostos sobre empresas e cria tributação sobre a distribuição de dividendos, ponto defendido por Guedes sob o argumento de que as cobranças alcançariam os mais ricos. Além disso, o projeto corrige a tabela do IR das pessoas físicas e muda regras de Juros sobre Capital Próprio, entre outros pontos.

A análise de projetos complexos como uma reforma tributária normalmente enfrenta restrições em anos eleitorais, quando o fluxo de votações no Congresso é reduzido e os parlamentares costumam priorizar medidas de maior consenso.

Diante da dificuldade em aprovar o projeto, o governo já vinha falando em alternativas. A equipe econômica passou a trabalhar em outras frentes, como em cortes de tributos que incidem sobre produtos industrializados e importados.

O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, falou que o governo avalia medida para corrigir a tabela do IR das pessoas físicas.

PAGAMENTO POR PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

No evento desta segunda, Guedes também afirmou que o governo brasileiro está trabalhando em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para que países sejam pagos por promoverem iniciativas de preservação ambiental.

"Nós precisamos receber pagamentos pela preservação de recursos naturais, pagamentos pelos serviços ambientais que prestamos", disse.