Ideia é apresentar solução dentro do teto para Renda Cidadã na quarta-feira, diz Bittar

Reuters

Publicado 05.10.2020 12:51

Atualizado 05.10.2020 13:25

Por Ueslei Marcelino e Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O senador Marcio Bittar (MDB-AC) afirmou nesta segunda-feira que a ideia do governo é apresentar na quarta-feira pela manhã a solução para o financiamento ao Renda Cidadã, novo programa de transferência de renda que virá no lugar do Bolsa Família.

Ao sair de reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, Bittar não deu detalhes a respeito, mas disse que a proposta respeitará o teto de gastos. O senador é relator do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2021 no Congresso e da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo.

"Não vou entrar em nenhuma ideia de onde e como o Renda vai ser financiado, a não ser afirmar que é uma decisão de todo mundo liderada pela equipe econômica, pelo ministro Paulo Guedes. E a solução, qualquer que seja ou quaisquer que sejam elas, será dentro do teto", disse ele à imprensa.

Na semana passada, Bittar afirmou --acompanhado do presidente, de Guedes e outros ministros-- que a iniciativa seria bancada pela limitação ao pagamento de precatórios pela União e pelo direcionamento de recursos de parte do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).

As saídas foram duramente criticadas por agentes econômicos e mexeram com o mercado, suscitando questionamentos acerca da falta de sustentabilidade de uma solução envolvendo rolagem de dívida obrigatória, no caso dos precatórios, e de drible ao teto de gastos, no caso do Fundeb.

Perguntado sobre o tema nesta segunda-feira, Bittar insistiu que não falaria sobre as fontes de financiamento do Renda Cidadã. Guedes, que ficou ao lado do senador durante suas declarações, não falou com a imprensa.

Após idas e vindas acerca do programa que deverá suceder o auxílio emergencial, Bittar reconheceu que houve "turbulência" na condução do tema.

"É normal, são relações humanas e agora as coisas, a meu juízo, entraram no eixo de novo", disse.

O senador defendeu que Bolsonaro tem legitimidade para ir adiante com o programa, após a identificação de 8 milhões de brasileiros que não terão como se alimentar a partir de janeiro em decorrência dos efeitos da crise do coronavírus.