JPMorgan prevê alta ainda mais forte da Selic nesta semana e taxa de 11,25% em março de 2022

Reuters

Publicado 25.10.2021 12:37

Atualizado 25.10.2021 12:48

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O JPMorgan Chase & Co (NYSE:JPM) (SA:JPMC34) voltou a ajustar para cima suas projeções para a alta de juros desta semana, a 1,5 ponto percentual, e o patamar da Selic ao fim do ciclo de aperto monetário, vendo agora taxa de 11,25% que, ainda assim, será insuficiente para trazer a inflação do ano que vem para a meta.

A nova pernada de alta vem menos de uma semana depois de o banco norte-americano surpreender os mercados ao elevar o prognóstico de acréscimo do juro nesta semana para 1,25 ponto percentual. Várias instituições financeiras posteriormente também alteraram seus "calls", com algumas enxergando aumento de 1,50 ponto na quarta-feira.

Com a revisão desta segunda-feira, o JPMorgan reforça o coro desse time. O banco argumenta que, diferentemente da expectativa que embasava o cenário de acréscimo de 1,25 ponto, ao longo do último fim de semana não houve sinal que o governo e líderes do Congresso estariam dispostos a "pelo menos" conter planos de aumento ainda maior do gasto público.

Além disso, prossegue o JPMorgan, a deterioração das expectativas de inflação tanto baseada em preços de mercado quanto nas estimativas de analistas foi "ainda mais severa".

A instituição financeira cita o relatório Focus do Bacen divulgado na manhã desta segunda-feira, que, notou, trouxe inflação prevista de 4,40% para 2022 (superior à meta de 3,75%) mesmo com uma previsão de Selic de 9,5%, acima da projeção anterior. Também as expectativas para o IPCA de 2023 e 2024 "começaram a desancorar pela primeira vez", disse o banco privado.

"O fracasso em restaurar a confiança sobre as perspectivas de política de médio prazo deve levar a uma resposta da política monetária mais agressiva por parte do Banco Central nesta semana", disseram Cassiana Fernandez (economista-chefe do banco no Brasil) e Vinicius Moreira (economista) em relatório.

"Com risco crescente de o BC perder o controle das expectativas de inflação, principalmente por meio de outra rodada de pressões negativas sobre o real, agora acreditamos que o BCB vai optar por alta de 150 pontos-base, em linha com a precificação de mercado, para evitar esse cenário em ambiente de alta no prêmio de risco da política monetária", acrescentaram.

Os economistas acreditam que o comunicado do Bacen indicará "pelo menos" outra alta de juros na mesma magnitude em dezembro.

Prevendo que o pano de fundo fiscal não melhorará no curto prazo e que as pressões inflacionárias aumentarão com uma taxa de câmbio mais fraca e revezes globais em curso nas cadeias de oferta, o JPMorgan acredita que o BC elevará a Selic em 1 ponto percentual em cada uma das duas primeiras reuniões do Copom em 2022. Com isso, a taxa terminal baterá 11,25% até março, bem acima dos 6,25% atuais.

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