Mourão diz que críticas a ação ambiental do Brasil são ideológicas e miram Bolsonaro

Reuters

Publicado 05.10.2020 09:37

Atualizado 05.10.2020 12:00

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira que as operações de comando e controle na floresta amazônica serão mantidas sem interrupções até o final de 2022 e avaliou que o Brasil vem sendo alvo de críticas na área ambiental internacionalmente, por causa de um ataque ideológico ao presidente Jair Bolsonaro.

Mourão afirmou que os números do desmatamento na Amazônia vem caindo nos últimos três meses e que entre 2000 e 2018 a média de desmatamento anual teria sido de 15 mil quilômetros quadrados, mas as críticas não teriam sido tão severas nessa ocasião.

"Hoje existe muito mais um ataque ao país por questões ideológicas, na pessoa do presidente, muito mais do que pelo que está acontecendo", disse Mourão em entrevista à rádio Eldorado.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o país teve taxas acima de 15 mil quilômetros quadrados entre 2000 e 2005, com picos de 21 mil e 25 mil quilômetros quadrados em 2003 e 2004, respectivamente. Desde então, os valores ficaram abaixo desse valor, com o menor índice, 4,7 mil quilômetros quadrados, em 2012.

Mourão, que também é presidente do Conselho da Amazônia, defendeu ainda que o país precisa que investimentos privados sejam usados para financiar diretamente ações na região, mas negou que exista interesse do governo brasileiro em trazer grupos ou países específicos para exploração da Amazônia.

A resposta veio de uma pergunta sobre uma fala do presidente Jair Bolsonaro em Davos, no ano passado, em que ele diz ao ex-vice-presidente americano Al Gore que tinha interesse em explorar a Amazônia com os Estados Unidos --o fato foi revelado em um documentário sobre o Fórum Econômico Mundial.

Mourão minimizou a fala, disse que Bolsonaro estava recém-operado e tinha assumido o governo há pouco tempo.

"Nós não queremos trazer nenhum tipo de grupo estrangeiro específico para dentro da Amazônia. Queremos que haja investimento em cima de projetos para desenvolvimento da Amazônia que permitam gerar emprego e renda", afirmou.