Pacto social envia "mensagem contundente" aos credores da Argentina, diz Fernández

Reuters

Publicado 02.01.2020 13:13

BUENOS AIRES (Reuters) - Um pacto social firmado pelo novo governo da Argentina com empresários e sindicalistas envia uma "mensagem contundente" aos credores de que a abalada economia deve ser reativada para que o país possa pagar sua dívida, disse na quinta-feira o presidente argentino, Alberto Fernández.

A equipe econômica do governo peronista está negociando com o Fundo Monetário Internacional e com os detentores de títulos privados em busca de um acordo para redução da dívida antes dos vencimentos relativamente grandes previstos para o segundo trimestre deste ano.

"É a primeira vez que empresários, trabalhadores e o Estado se reúnem para dizer aos credores que... a Argentina deve crescer primeiro e depois cumprir suas obrigações", afirmou Fernández em entrevista à Rádio 10. "Essa foi uma mensagem muito contundente para o Fundo e para os credores."

Na semana passada, o governo garantiu o apoio de empresários e sindicatos ao "Compromisso Argentino pelo Desenvolvimento e à Solidariedade", uma declaração de intenção de remover a Argentina da recessão e da alta inflação.

O documento diz que "a vontade de pagar requer condições compatíveis com a atenção da dívida social e o crescimento da economia... Sem isso, seria impossível cumprir as obrigações assumidas pelo país".

Sobre o relacionamento com o FMI, Fernández disse que estava "bem". Ele argumentou que "há outra conduta no Fundo, há uma visão mais realista do que está acontecendo". Em outra ocasião, ele havia acusado a liderança anterior do FMI de endividar excessivamente a Argentina pelas necessidades eleitorais do governo passado.

O FMI tem dito que compartilha os objetivos de Fernández, mas precisa conhecer seus planos econômicos antes de discutir uma reestruturação da dívida.