Reuters
Publicado 08.10.2021 18:35
Por Leigh Thomas
PARIS (Reuters) - Um grupo de 136 países definiu nesta sexta-feira uma alíquota mínima de imposto global de 15% para as grandes empresas e buscou tornar mais difícil que elas evitem a tributação, em um acordo histórico que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ter equilibrado o campo de jogo.
O acerto visa encerrar uma guerra fiscal que já dura quatro décadas, ao estabelecer um piso para países que buscam atrair investimentos e empregos tributando levemente as empresas multinacionais.
As negociações vêm acontecendo há quatro anos e, embora os custos da pandemia do coronavírus tenham lhes dado um ímpeto adicional nos últimos meses, um acordo só foi fechado quando Irlanda, Estônia e Hungria desistiram de sua oposição e assinaram.
Além disso, o piso de 15% acordado está bem abaixo de uma taxa de imposto corporativo de em média de 23,5% nos países industrializados.
"Estabelecer, pela primeira vez na história, um imposto mínimo global forte finalmente equilibrará o campo de jogo para os trabalhadores e contribuintes norte-americanos junto com o restante do mundo", disse Biden em comunicado.
O acordo visa impedir que grandes empresas registrem lucros em países com tributos baixos, como Irlanda, independentemente de onde seus clientes estejam, questão que se tornou cada vez mais premente com o crescimento das gigantes de tecnologia que podem facilmente fazer negócios além-fronteiras.
Dos 140 países envolvidos, 136 apoiaram o acordo, com abstenções de Quênia, Nigéria, Paquistão e Sri Lanka por enquanto.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) --com sede em Paris e que vem liderando as negociações-- afirmou que o acordo vai abranger 90% da economia global.
"Demos outro passo importante em direção a mais justiça tributária", disse o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, em comunicado enviado por e-mail à Reuters.
"Agora temos um caminho claro para um sistema tributário mais justo, em que grandes empresas globais pagam sua parte justa onde quer que façam negócios", disse seu colega britânico, Rishi Sunak.
Mas, pouco depois do acerto, alguns países já estavam levantando preocupações sobre a implementação do acordo.
O Ministério das Finanças suíço exigiu em comunicado que os interesses das pequenas economias sejam levados em conta e disse que a data de implementação de 2023 é impossível, enquanto a Polônia, que tem preocupações com o impacto sobre investidores estrangeiros, afirmou que vai continuar trabalhando no acordo.
MAIOR PROSPERIDADE
O ponto central do acordo é uma alíquota mínima de imposto corporativo de 15% e permitir que os governos tributem uma parcela maior dos lucros das multinacionais estrangeiras.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, saudou o consenso como uma vitória para as famílias norte-americanas, bem como para a economia global.
"Transformamos negociações incansáveis em décadas de maior prosperidade --tanto para os Estados Unidos quanto para o mundo. O acordo de hoje representa uma conquista única em uma geração para a diplomacia econômica", disse Yellen em comunicado.
A OCDE disse que a taxa mínima fará com que os países arrecadem cerca de 150 bilhões de dólares em novas receitas anualmente, enquanto os direitos tributários sobre mais 125 bilhões de dólares em lucro seriam transferidos para nações onde as grandes multinacionais ganham suas receitas.
Mas alguns países em desenvolvimento que buscam uma alíquota mínima de imposto mais alta dizem que seus interesses foram postos de lado para acomodar os de países mais ricos, como a Irlanda, que se recusou a assinar um acordo com uma alíquota mínima de imposto superior a 15%.
O ministro argentino da Economia, Martín Guzmán, disse na quinta-feira que as propostas forçaram países em desenvolvimento a escolher entre "algo ruim e algo pior".
(Reportagem adicional de Christian Kraemer em Berlim, Elizabeth Piper e Mark John em Londres e David Lawder em Washington)
Escrito por: Reuters
Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.