Potências mundiais e Irã têm negociações "construtivas" para retomar acordo nuclear

Reuters

Publicado 06.04.2021 19:16

Por Francois Murphy e Parisa Hafezi e John Irish e Arshad Mohammed

DUBAI (Reuters) - O Irã e potências mundiais mantiveram negociações nesta terça-feira que descreveram como "construtivas" e concordaram em formar grupos de trabalho para discutir as sanções que os Estados Unidos podem suspender e as restrições nucleares que Teerã pode cumprir, enquanto tentam retomar o acordo nuclear de 2015.

Os intermediários europeus iniciaram a movimentação entre as autoridades iranianas e norte-americanas em Viena, na tentativa de fazer com que os dois países voltem a cumprir o acordo, que suspendeu as sanções ao Irã em troca de restrições ao seu programa nuclear.

O Irã tem violado os limites do acordo ao seu programa nuclear de maneira constante em reação ao desligamento dos EUA do pacto em 2018 e à reativação de sanções que prejudicam a economia da República Islâmica.

As negociações desta terça-feira incluíram uma reunião das demais partes do acordo original: Irã, Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia, em um grupo chamado Comissão Conjunta, presidido pela União Europeia. Os Estados Unidos não compareceram.

"Reunião construtiva da Comissão Conjunta. Há unidade e ambição para um processo diplomático conjunto com dois grupos de especialistas sobre implementação nuclear e suspensão de sanções", disse o coordenador-chefe da UE, Enrique Mora, no Twitter.

"Intensificarei contatos separados aqui em Viena com todas as partes relevantes, incluindo os EUA", acrescentou.

O negociador-chefe nuclear do Irã, Abbas Araqchi, concordou: "As conversas em Viena foram construtivas... nossa próxima reunião será na sexta-feira", disse ele à TV estatal iraniana.

Enquanto Teerã rejeita repetidamente "negociações diretas e indiretas" com seu inimigo de longa data, na segunda-feira Washington disse que acredita que conversas indiretas com o Irã sobre a retomada do acordo serão difíceis. Nenhum dos lados prevê um avanço rápido.

Na sexta-feira, um diplomata ocidental disse à Reuters que uma abordagem de diplomacia de vaivém seria adotada em Viena.