Saúde fica sem estoque de material de proteção e deve mandar aviões da FAB à China

Reuters

Publicado 02.04.2020 15:58

Atualizado 02.04.2020 18:20

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O estoque do Ministério da Saúde de materiais de proteção individual para profissionais de saúde, como máscaras e luvas, acabou, apesar do país estar ainda longe de atingir o pico da epidemia de coronavírus, e o governo federal tenta confirmar aquisição na China para recompô-los.

Assim que a compra for confirmada, o governo brasileiro deve enviar aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) ao país asiático para trazer os equipamentos.

A informação foi confirmada à Reuters pelo Ministério da Saúde.

O estoque federal, de 40 milhões de itens, já foi todo repassado aos Estados e municípios. Segundo o ministério, o volume é suficiente para manter os estoques locais por cerca de 20 dias, somados ao que os governos locais já possuíam.

"A pasta mantém esforço constante na aquisição de mais equipamentos e insumos, buscando fornecedores nacionais e internacionais. Nesta semana, fechou uma compra de 200 milhões de itens, o que deve sustentar o sistema por cerca de 60 dias", informou o ministério em nota.

As negociações são maiores do que o confirmado até agora. O governo brasileiro tenta adquirir um total de 720 milhões de equipamentos de proteção individual, mas o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, admitiu na quarta-feira que parte das compras feitas pelo Brasil foi derrubada pela China quando o governo dos Estados Unidos enviou mais de 20 aviões cargueiros ao país para comprar os mesmos produtos.

“As nossas compras, que tínhamos expectativa de concretizar para poder abastecer, muitas caíram", disse o ministro em entrevista na quarta-feira.

A expectativa agora, explicou, é que o países com mais poder de compra "já tenham se saciado", e a China consiga reorganizar sua produção.