Servidores aprovam fim da greve no BC, último órgão que ainda estava paralisado

Reuters

Publicado 05.07.2022 14:49

Atualizado 05.07.2022 21:30

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - Os servidores do Banco Central aprovaram nesta terça-feira o fim da greve na autarquia, último órgão federal que ainda enfrentava paralisação.

A decisão foi tomada em assembleia na manhã desta terça, informou o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC, Fábio Faiad.

A mobilização no BC foi iniciada no início do ano, com interrupções parciais, e foi ampliada para uma greve no começo de abril. O fim da paralisação, assim como nas outras carreiras, ocorreu mesmo sem a liberação de reajustes ou outros benefícios pelo governo.

De acordo com o ministério da Economia, os servidores do Banco Central eram os únicos que seguiam em greve. A Receita Federal está em operação padrão, mas os empregados não chegaram a entrar em greve.

Neste ano, segundo a pasta, também foram registradas greves ou operações padrão no INSS, Tesouro Nacional, Controladoria-Geral da União, Comissão de Valores Mobiliários e ministérios do Trabalho e Previdência e da Educação, além de carreiras de comércio exterior, planejamento e orçamento, políticas públicas e gestão governamental, policiais penais federais, delegados da Polícia Federal e auditores fiscais agropecuários.

O Executivo tinha até o fim de junho para definir, aprovar e sancionar todas as regras e reservas orçamentárias caso fosse conceder reajustes ainda neste ano. A lei eleitoral proíbe a liberação desses benefícios nos seis meses finais de mandato do presidente.

Durante as negociações, o governo chegou a indicar que liberaria um aumento linear de 5% a todos os servidores federais a partir de julho deste ano, mas o plano travou e não foi efetivado. A ideia de aumentar o vale alimentação do funcionalismo neste ano também não saiu do papel.

Agora, as categorias pressionam para que as contas federais de 2023 prevejam dinheiro para reajustes. Embora a lei proíba que o governo conceda benefícios com efeito no próximo mandato, é permitido reservar recursos no Orçamento do ano que vem para que a próxima gestão efetive, ou não, o aumento.

O Ministério da Economia informou que o valor reservado para reajustes nas diretrizes do Orçamento de 2023 é de 11,7 bilhões de reais, ressaltando que a proposta de Lei Orçamentária com o valor final será apresentada no fim de agosto.

A pasta informou ainda que mantém diálogo com os órgãos e entidades representativas dos servidores públicos, independentemente de movimentos grevistas.

“Os pleitos relativos às relações de trabalho que possuam pautas não remuneratórias continuarão sendo tratados pelas áreas técnicas”, disse.