UE avalia banir Rússia de sistema interbancário Swift

Reuters

Publicado 25.02.2022 15:43

PARIS (Reuters) - A União Europeia analisará em breve as consequências de cortar a Rússia do sistema de pagamentos internacionais Swift antes de decidir se usará essa "arma nuclear financeira", disse o ministro das Finanças da França, nesta sexta-feira.

Na esteira da invasão da Ucrânia por Moscou, os países da UE já decidiram um pacote de sanções que cobriria 70% do mercado bancário russo.

Mas alguns países relutam em ir mais longe e cortar o acesso da Rússia à rede de transferência interbancária Swift devido a preocupações sobre como os pagamentos das importações de energia russa seriam feitos e se os credores da UE seriam pagos.

Por isso, os ministros das Finanças da UE pediram ao Banco Central Europeu e à Comissão Europeia que produzam uma análise "nas próximas horas" sobre as consequências de tal ação, disse o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire.

"Swift é a arma nuclear financeira, é o que permitiria que as instituições financeiras russas fossem cortadas de outras instituições em todo o mundo", disse Le Maire a jornalistas.

"Quando você tem uma arma nuclear nas mãos, pensa antes de usá-la, alguns Estados membros têm reservas, a França não é um deles", acrescentou.

O porta-voz do governo alemão disse que expulsar a Rússia do Swift seria tecnicamente difícil de organizar e teria um enorme impacto nas transações para a Alemanha e para empresas alemãs na Rússia.

E o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, disse: "Estamos abertos, mas você precisa saber o que está fazendo".

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que use toda a influência de Washington para convencer países europeus hesitantes.